O ataque surge na sequência do bombardeamento com armas químicas contra uma localidade no norte da Síria, que matou pelo menos 86 civis na terça-feira, noticiou a imprensa norte-americana.

Dezenas de mísseis "Tomahawk" foram disparados contra a base aérea de Shayrat, na cidade síria de Homs, matando nove pessoas, entre as quais quatro crianças, anunciou hoje a agência oficial síria Sana.

"A agressão norte-americana provocou a morte de nove civis, incluindo quatro crianças, fez sete feridos e provocou importantes estragos em habitações das aldeias de Al-Shayrat, Al-Hamrat e Al-Manzul", próximas da base atacada, escreveu a agência.

O texto não precisa se este balanço inclui os seis mortos anteriormente anunciados pelo exército sírio.

Os disparos foram registados e publicados no Twitter na conta oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

O Governo de Donald Trump tomou medidas de forma unilateral contra o Governo sírio, que acusa de uso de armas químicas, apesar de conversações estarem a decorrer no Conselho de Segurança da ONU.

Minutos antes da ofensiva norte-americana, a Rússia tinha advertido os Estados Unidos contra “consequências negativas” de uma ação militar na Síria em resposta ao ataque químico.

“Há que pensar nas consequências negativas. Toda a responsabilidade, se houver uma ação militar, estará sobre os ombros daqueles que a iniciarem”, disse aos jornalistas o embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov.

Na ONU, os membros do Conselho de Segurança continuam a negociar uma resolução em resposta ao ataque químico, mas até agora o grupo continua muito dividido.

A representante norte-americana, Nikki Haley, já tinha alertado, no dia anterior, que Washington podia tomar algum tipo de medida unilateral se o Conselho de Segurança continuasse bloqueado.

Após o ataque, o secretário norte-americano de Estado, Rex Tillerson, declarou que a Rússia falhou com suas responsabilidades.

Tillerson, recorde-se, já tinha pedido esta quinta-feira a saída de Bashar al-Assad da chefia do Governo sírio, após um alegado ataque químico no país que fez, segundo o último balanço, 86 mortos.

"O papel de al-Assad no futuro é incerto após os atos que cometeu. Parece-me que não deve desempenhar qualquer papel de governação para com o povo sírio", declarou Tillerson, no aeroporto de West Palm Beach, na Flórida, onde recebeu o presidente chinês, Xi Jinping, voltando a defender "um processo político que conduza à saída de Al-Assad".

O secretário de Estado prometeu ainda dar "uma resposta apropriada" ao suposto ataque químico cometido na terça-feira na Síria, que deixou dezenas de mortos.