Num comunicado, o departamento explicou que o objetivo é desenvolver, de forma conjunta, corredores de trânsito, através da Arábia Saudita, para ligar os continentes europeu e asiático.

O acordo pretende “facilitar o trânsito de eletricidade renovável e hidrogénio limpo através de cabos de transmissão e gasodutos”, explica o comunicado, que contempla também a construção de ligações ferroviárias.

O memorando prevê ainda a melhoria da segurança energética e a promoção de energias limpas, bem como a promoção da conectividade digital e da transmissão de dados através de cabos de fibra, referiu o Departamento de Estado dos EUA.

Este acordo surge no âmbito do megaprojeto de ferrovias, portos e ligações energéticas, anunciado por vários países na sexta-feira, à margem da cimeira do G20, para ser alternativa à iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota.

Os Estados Unidos, Índia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Alemanha, França, Itália e União Europeia assinaram um memorando de entendimento para a criação do “Corredor Económico Índia-Médio Oriente-Europa”.

Tanto o Presidente norte-americano, Joe Biden, como a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificaram o projeto como “histórico”, enquanto o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, o considerou “importante” e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o descreveu como “sem precedentes”.

A ideia é estabelecer rotas ferroviárias e marítimas que liguem a Índia à Europa através dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Jordânia e Israel, explicou aos jornalistas o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.

Jake Sullivan disse que a Jordânia e Israel, que não têm relações diplomáticas com a Arábia Saudita, também participarão no projeto, que, acrescentou, contribuirá para “uma maior integração no Médio Oriente”.

O novo corredor poderá reduzir significativamente o tempo necessário para transportar mercadorias entre os países da Europa, o Golfo Pérsico e o Sul da Ásia.

Além disso, será criado um gasoduto de hidrogénio verde, serão construídas infraestruturas para ligar as redes elétricas das diferentes nações e serão instalados cabos submarinos e terrestres para facilitar a rápida troca de dados, disse o responsável da Casa Branca.

O anúncio surge numa altura em que a China tem vindo a aumentar a sua influência internacional, tendo mediado o restabelecimento de relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irão, em março.

O Presidente chinês Xi Jinping planeia receber líderes mundiais, incluindo o seu homólogo russo Vladimir Putin, em Pequim, em outubro, para um fórum sobre a iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota.