Não era suposto Earl Melchert estar em casa na tarde de 5 de setembro: devia estar no trabalho, numa cidade no oeste de Minnesota. Contudo, teve de voltar para trás. E ainda bem que o fez.  A cerca de 150 quilómetros a noroeste de Minneapolis - pelo caminho -, olhou pela janela e viu algo a mexer a cerca de uma milha de distância.

"No início pensei que era um veado", disse Melchert, de 65 anos, numa entrevista este sábado ao The New York Times.

Mas o que o homem descobriu era Jasmine Block, de 15 anos, que desapareceu no dia 8 de agosto da sua casa em Alexandria.

"Consegui reconhecer o rosto dela e disse 'Oh, meu Deus, esta é a miúda de Alexandria, que já desapareceu há 29 dias'", disse Melchert. "Estava nas notícias, estava na internet. Foi nacional. Estava em cartazes, nas lojas... Reconheci-a logo". 

Jasmine Block conseguiu fugir de uma casa abandonada ali próxima, onde três homens a tinham mantido sequestrada. Depois de bater à porta de várias casas e não receber respostas, a jovem atravessou o lago perto da propriedade de Melchert para mais uma tentativa de ajuda.

A história, que teve um "final feliz" que incluiu a identificação e prisão dos responsáveis pelo sequestro, ainda teve uma situação insólita: Earl Melchert entregou a recompensa que obteve por encontrar a jovem à própria. A polícia de Alexandria deu conta do sucedido na sua página de Facebook.

O chefe Wyffels agradeceu a bondade e generosidade do homem. " Obrigada, Earl, são pessoas como tu que fazem deste mundo um lugar melhor", escreveu.

A recompensa, num total de 7 mil dólares dados pela família da jovem e por um anónimo, foi na totalidade para Jasmine Block.

"A família precisa do dinheiro", disse Melchert. "Para mim, sim, é muito dinheiro, mas eles precisam mais do que eu".