Um tiroteio numa escola secundária da Florida, na costa leste dos Estados Unidos, fez esta quarta-feira pelo menos 17 vítimas mortais, disse ao início da noite o xerife de Broward. O incidente ocorreu na Marjory Stoneman Douglas High School.
"Entristece-me dizer que 17 pessoas perderam a vida", disse o xerife do condado de Broward, Scott Israel.
O autor do tiroteio, entretanto detido já fora do perímetro escolar, foi identificado pelas autoridades como sendo um antigo aluno, de 19 anos.
O xerife de Broward confirmou que o atirador é um antigo aluno, afirmando que o cenário encontrado na escola "foi horrível” e que este é “um dia catastrófico”.
Segundo o xerife, o suspeito foi anteriormente expulso da escola e tinha em sua posse, pelo menos, uma espingarda semiautomática.
Scott Israel referiu que a maioria das vítimas mortais estava no interior da escola, apesar de também terem sido encontradas vítimas mortais no exterior do edifício.
Segundo o diretor da escola, Robert Runcie, há “muitos mortos”.
Imagens divulgadas pelo canal de televisão NBC6 mostravam que pelo menos uma pessoa foi retirada da escola numa maca e colocada numa ambulância. Imagens mostram alguns alunos a ser retirados do edifício pelas autoridades.
Enquanto o atirador ainda estava a monte, a polícia pedia aos alunos que se mantivessem barricados até que as autoridades lhes cheguem.
O FBI, a polícia de investigação norte-americana, está agora investigar a ocorrência.
"O presidente já está ao corrente do tiroteio numa escola da Florida", disse a secretária para a imprensa da Casa Branca, a residência oficial do presidente norte-americano, Lindsay Walters.
"Estamos a monitorizar a situação", acrescenta ainda, citada pela BBC.
"Estamos a acompanhar a evolução desta terrível situação no condado de Broward, na Florida, com relatos de tiroteio na escola", disse o senador da Florida, Marco Rubio.
Esta escola, que abriu nos anos 1990, tinha, no ano letivo 2015-2016, mais de três mil alunos, segundo dados federais citados pelo jornal 'Washington Post'.
Este é o 18.º incidente com armas de fogo numa escola em 2018
O tiroteio ocorrido hoje num liceu da Florida é o 18.º incidente do género numa escola nos Estados Unidos desde 01 de janeiro, segundo ativistas, que frisam não haver nenhum país desenvolvido no mundo com um tal registo.
“É o 291.º tiroteio numa escola desde o princípio de 2013”, alertou Shannon Watts, fundadora da organização contra a proliferação de armas de fogo nos Estados Unidos “Moms Demand Action for Gun Sense in America”.
Muitos dos tiroteios ocorridos em escolas norte-americanas nunca chegam às primeiras páginas dos jornais nacionais, dada a banalidade com que ocorrem.
Há em média um tiroteio por semana numa escola, segundo a organização Everytown for Gun Safety, que defende o endurecimento das regras para a posse de armas individuais.
Há três semanas, a 23 de janeiro, um aluno levou uma arma para o liceu, no estado de Kentucky, e começou a disparar à hora do início das aulas. Matou um rapaz e uma rapariga, ambos de 15 anos, como ele.
Na véspera, um adolescente tinha sido ferido a tiro na cantina do liceu, no Texas, e outro, de 14 anos, foi atingido a tiro no pátio da escola, em Nova Orleães.
Nos dias antes, tiros foram disparados contra autocarros ou estabelecimentos escolares no Iowa, Seattle, Califórnia.
Alguns casos passados provocaram forte comoção no país pelo elevado número de vítimas e a sua reduzida idade. Colombine, em 1999, Virginia Tech, 2007, ou o massacre de Sandy Hook, 2013, onde 20 crianças de 6 e 7 anos foram abatidas.
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