Investigadores dos Estados Unidos acreditam que hackers russos conseguiram entrar na agência de notícias estatal do Qatar e terão colocado em linha um relatório informações falsas que terá contribuído fortemente para uma crise entre os aliados mais próximos dos americanos no Golfo Pérsico. A notícia foi avançada na noite de terça-feira pela CNNque atribui estas informações a funcionários americanos que acompanham a investigação.
Recentemente, e segundo notícia canal norte-americano, o FBI enviou uma equipa de investigadores para Doha, capital do Qatar, para ajudar o governo local a investigar o alegado ataque informático.
Segundo a CNN, as provas reunidas pelas agências de segurança americanas mostram que os hackers russos estão por trás do alegado ato de pirataria, relatado pela primeira vez pelo governo do Qatar há duas semanas. O relatório que estará na origem crise entre países "amigos" dos Estados Unidos atribuía ao emir que governa o Qatar declarações de simpatia em relação ao Irão e a Israel e lançava interrogações sobre quanto tempo Donald Trump se manteria presidente dos Estados Unidos.
A Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, e ainda o Egito, o arquipélago das Maldivas, e um dos governos rivais do Iémen e da Líbia, romperam na segunda-feira as relações diplomáticas com o Qatar após acusarem Doha de apoiar movimentos islamitas radicais. O Qatar alberga uma das maiores bases militares dos EUA na região.
A rutura de relações foi acompanhada por um conjunto de medidas que implicam o isolamento do Qatar, anfitrião do Mundial de Futebol 2022, com o encerramento de fronteiras terrestres e marítimas, proibições de sobrevoo e restrições à deslocação de pessoas.
A crise diplomática culmina anos de tensões na aliança entre os produtores de petróleo do Golfo e reflete uma irritação crescente dos países vizinhos com o apoio do Qatar a organizações que os outros Estados árabes consideram terroristas.
Alguns analistas relacionam também o agravamento da situação com a recente viagem do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à região, marcada pelo reforço dos laços com a Arábia Saudita e pelo apelo aos líderes árabes para que assumam a luta contra o terrorismo.
Dias depois da visita, o Qatar anunciou que a sua agência oficial, QNA, foi “pirateada por uma entidade desconhecida” e que “declarações falsas” sobre o Irão, o Hezbollah, o Hamas e a Irmandade Muçulmana foram atribuídas ao emir. As acusações ao Qatar de apoio ao terrorismo são recorrentes, mas Doha nega-as.
O Qatar acolhe no seu território dirigentes do Hamas – como Khaled Meshaal – e da Irmandade Muçulmana – como Yussef al-Qaradaoui -, consideradas organizações terroristas pelos países vizinhos.
O país é também acusado de laxismo na luta contra o financiamento do terrorismo através de fundos privados.
[Notícia atualizada às 23h54]
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