Os eurodeputados aceitaram a alteração votada pelo Conselho da UE para contornar o veto da Hungria à proposta inicial da Comissão Europeia, ao abrigo da qual são os Estados-membros que dão garantias do empréstimo e em alternativa ao orçamento da UE.

O montante de 18 mil ME a emprestar à Ucrânia — verba que será entregue a Kiev em prestações mensais de 1,5 mil ME — terá um período de carência de dez anos.

O objetivo é prestar ajuda financeira a curto prazo, financiar as necessidades imediatas da Ucrânia, reabilitar as infraestruturas críticas e prestar apoio inicial à reconstrução sustentável do pós-guerra, com vista a apoiar a Ucrânia na via da integração europeia.

A guerra lançada contra a Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, provocou uma perda de acesso ao mercado e uma queda drástica das receitas públicas daquele país, enquanto a despesa pública para fazer face à situação humanitária e manter a continuidade dos serviços estatais aumentou acentuadamente.

Entre 2014 e 2022, a UE emprestou 7,2 mil ME a Kiev, sob a forma de ajuda macrofinanceira.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.