“Temos muito orgulho e quero aqui agradecer o claro apoio de toda a família socialista ao facto de termos apresentado o candidato à presidência do Eurogrupo e à sua eleição segunda-feira - o nosso ministro das Finanças, Mário Centeno -, que tem sido parte essencial da execução desta mudança de política”, afirmou António Costa.

O secretário-geral do PS discursava perante os delegados ao conselho do Partido Socialista Europeu (PES), que terminou hoje, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.

António Costa considerou que a estratégia seguida pelo Governo que lidera é a prova de que “é possível virar a página da austeridade” com as mesmas regras a nível europeu e fazer uma política diferente “com mais crescimento económico e igualdade”.

O aviso de Marcelo: Centeno não se deve esquecer que "começou por ser ministro das Finanças"
O aviso de Marcelo: Centeno não se deve esquecer que "começou por ser ministro das Finanças"
Ver artigo

“E dois anos depois dizemos com orgulho que fizemos diferente, virámos a página da austeridade e temos finanças públicas mais sólidas do que há dois anos”, disse, salientando que este ano o défice será mais baixo do que no ano anterior e que “no próximo ano será ainda mais baixo”.

A eleição para a presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro decorrerá na próxima segunda-feira, em Bruxelas. De acordo com o Conselho Europeu, a corrida à presidência do Eurogrupo terá outros três candidatos: Pierre Gramegna (Luxemburgo), Peter Kazimir (Eslováquia) e Dana Reizniece-Ozola (Letónia).

Serguei Stanishev: PSE não pode ficar refém dos conservadores, Mário Centeno é a resposta

Partido Socialista Europeu (PSE) não pode ficar refém dos conservadores e dos populismos da extrema-direita, razão pela qual apoia o candidato português Mário Centeno à presidência do Eurogrupo, disse hoje o presidente daquela família política europeia.

Serguei Stanishev, que falava aos jornalistas na conferência de imprensa que antecedeu o encerramento da reunião do Conselho do PSE, que decorreu desde sexta-feira em Lisboa, salientou que os socialistas europeus, através da candidatura de Mário Centeno, têm a responsabilidade de liderar a Europa em direção a novos horizontes.

“Temos a responsabilidade de liderar a Europa em direção a novos horizontes, para que crie novas e melhores possibilidades, justiça, igualdade, competitividade e proteção para os países europeus e para os cidadãos”, salientou Stanishev.

Segundo o líder do PSE, a resolução política aprovada sexta-feira durante os trabalhos do Conselho constitui as bases da visão socialista para o progresso dos governos de esquerda na Europa.

“Não podemos permitir que o debate sobre o nosso futuro fique refém nem dos conservadores, que levaram os europeus a perder confiança nas políticas das nossas instituições, nem dos nacionalistas, nem da extrema direita, dos populistas, que apenas querem destruir a ideia europeia”, acrescentou.

Tendo sempre como pano de fundo a candidatura do Ministro das Finanças português à presidência do Eurogrupo, Stanishev lembrou que Centeno tem “todo o apoio” dos socialistas europeus, considerando-o “competente e eficiente”.

“Estamos muito entusiasmados, porque podemos ver que um Governo socialista, em circunstâncias muito difíceis e com um passado pesado de austeridade, conseguiu grande sucesso com as suas medidas económicas e sociais. Isto não é nenhum exagero. Estamos aqui a assistir a um milagre em progresso”, sustentou.

Stanishev lembrou a deslocação feita a Portugal durante a campanha das legislativas de 2015, tendo então reparado que as pessoas estavam “muito deprimidas” após vários anos de austeridade.

“Em apenas em dois anos, o Governo de António Costa conseguiu tanto, estabilizando a banca e o sistema financeiro, conseguiu estabilidade orçamental, criar 240 mil novos empregos e dar uma nova esperança para as pessoas”, elogiou o presidente do PSE, sempre ladeado na conferência de imprensa pelo líder do PS português, que não falou.

Questionado sobre se falou com representantes de outras famílias europeias sobre a candidatura de Centeno, o presidente do PSE disse que sim, sublinhando que, nessas conversas, destacou o facto de, face ao balanço político e institucional na Europa, chegou a hora de os socialistas liderarem o Eurogrupo.

“E a mensagem de que Mário Centeno é o nosso candidato já foi entregue”, enfatizou.

Sobre o futuro, Stanishev apelou aos socialistas do PSE para darem “o melhor” para que, nas eleições europeias de 2019, possam liderar a Europa na “grande reforma” que é necessária para dar estabilidade e convergência na zona euro, tendo em conta o Plano de Ação Social Europeu e o “Roadmap” para a Europa aprovado recentemente pelos socialistas em Gotemburgo (Suécia).