“Chegado ao fim da campanha, o maior drama que sinto é que nós passamos por muitos locais em que, efetivamente, ainda não estamos na Europa. Quando vou à Renascença dar uma entrevista, estou na Europa, estou em boas instalações e recentes, mas quando vou à lota de Matosinhos, à Linha de Sintra ou alguns locais aqui em Almada ao pé do rio, não estou na Europa”, frisou Paulo Morais.

Em declarações à agência Lusa, em Almada, no distrito de Setúbal, o cabeça de lista do Nós, Cidadãos! recordou que há 33 anos, com a entrada na União Europeia, foi prometido que Portugal iria “sair da cauda da Europa e ingressar no pelotão da frente”, contudo, sublinhou: “neste momento continuamos na cauda”.

Segundo o candidato, foi através da campanha nas ruas e do contacto com as pessoas que foi possível constatar como há muitas condições no país que “não são verdadeiramente europeias”.

“Os dois milhões de portugueses que vivem com salários e rendimentos mensais abaixo de 400 euros ‘per capita’, não estão na Europa. As pessoas que estão um ano à espera de uma consulta no hospital, não estão na Europa”, afirmou.

O Nós, Cidadãos! esteve hoje pelo distrito de Setúbal, passando pela sede de concelho, seguindo para Almada, onde considerou que deve ser feito um balanço da presença portuguesa na União Europeia.

“O facto é que, da nossa presença, o que aconteceu foi que os grandes beneficiários dos fundos europeus foram, por exemplo, a Parque Escolar, que é uma enorme fonte de corrupção”, criticou.

Neste sentido, Paulo Morais defendeu que o país “já podia ter ido mais longe, ter mais qualidade de vida e progresso, mais Europa” se estes fundos não tivessem “engrossado o grande carrossel da corrupção”.

“O que eu gostava era que, daqui a cinco anos, voltasse a uma campanha destas e em Portugal houvesse mais Europa e menos atraso”, frisou.