“A partir de 01 de abril de 2024, não haverá qualquer fonte de autoridade para uma isenção geral do serviço militar obrigatório para os estudantes das ‘yeshivas’ [instituições de ensino], e o estabelecimento de defesa deve agir para os recrutar para o serviço militar de acordo com a lei”, escreveu Gali Baharav-Miara numa carta ao Governo de Benjamin Netanyahu.

De acordo com meios de comunicação israelitas, alguns estudantes ultraortodoxos das ‘yeshivas’ – existem atualmente cerca de 63.000 inscritos – receberam nos últimos dias uma ordem, conhecida em hebraico como ‘Tzav Rishon’, informando-os de que devem submeter-se a uma primeira avaliação.

Ainda não se sabe se os ultraortodoxos vão cumprir a ordem, embora muitos analistas considerem improvável que a polícia militar os prenda para impor o seu recrutamento.

A questão gerou um enorme debate entre os diferentes partidos que compõem a coligação liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que tinha solicitado uma quarta prorrogação desta isenção, renovada pela última vez em junho do ano passado e que deveria expirar em abril próximo.

Netanyahu tomou esta medida sabendo que depende do apoio vital dos partidos ultraortodoxos – Shas e Judaísmo Unido da Torá -, com capacidade para derrubar o executivo.

Durante estas semanas, o debate saiu também para as ruas, onde familiares de soldados organizaram protestos para exigir o fim deste privilégio de que os ultraortodoxos – que representam 13% da população – beneficiam há mais de duas décadas.