“Iniciaremos a operação de retirada dentro de uma semana, em boas condições, em segurança e em coordenação com os nigerinos”, revelou fonte do Estado-Maior das Forças Armadas francesas à agência AFP.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou em 24 de setembro o fim da cooperação militar com o Níger e a saída gradual dos 1.400 soldados franceses presentes no país do Sahel “até ao final do ano”, cumprindo assim a vontade das novas autoridades que derrubaram Presidente Mohamed Bazoum, que denunciou os acordos de defesa que ligam Niamey a Paris.

“Faremos o que está planeado, acontecerá de acordo com o planeamento”, assegurou o Estado-Maior francês, enquanto o regime militar do país africano acusou a França de não estar “numa lógica de abandonar o Níger” e parece pouco inclinado a deixar que os soldados franceses possam realizar livremente as manobras de retirada.

Cerca de 1.000 soldados e aviadores franceses estão destacados na base aérea francesa em Niamey e outros 400 em Ouallam e Ayorou (noroeste), ao lado dos nigerinos, na chamada zona das “três fronteiras” – entre o Níger, Burkina Faso e Mali -, santuário do grupo Estado Islâmico.

Os soldados destacados nas bases avançadas devem ser os primeiros a retirar, num padrão semelhante ao que aconteceu no Mali, onde a retirada francesa começou nas três dependências mais setentrionais do país.

“Estamos a tomar medidas para garantir a segurança das pessoas envolvidas na manobra”, precisou o Estado-Maior, em particular na estrada que liga as bases avançadas à capital, onde poderá ser necessário apoio aéreo, num contexto de deterioração da segurança no país, depois de vários ataques que causaram dezenas de mortos.