Os ataques israelitas a “posições da organização terrorista Hezbollah” surgem no contexto dos combates que se seguiram aos atentados de 7 de outubro do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) a Israel.

“Além disso, um tanque disparou contra um alvo para eliminar uma ameaça vinda do Líbano”, disse a mesma fonte, antes de referir que tinham sido detetados anteriormente “lançamentos” em direção ao Monte Dov e Shumara e o disparo de um míssil terra-ar contra um avião “a operar na zona”.

O Hezbollah, por seu lado, sublinhou em comunicado que “continua a atacar as posições do inimigo israelita”, no que qualificou de “apoio ao povo e à resistência de Gaza, submetidos à brutal agressão sionista com a ‘luz verde’ dos Estados Unidos e a cumplicidade e o silêncio do Ocidente e de muitos regimes árabes”.

“Neste contexto, os ‘mujahedin’ da Resistência Islâmica atacaram Zabdin com as armas apropriadas”, afirmou o movimento xiita e pró-iraniano, citado pela estação de televisão libanesa Al Manar, ligada ao Hezbollah.

O exército israelita confirmou hoje entretanto a morte de um soldado que ficou gravemente ferido num ataque com foguetes perpetrado sexta-feira pelo Hezbollah contra um posto militar perto de Shtula.

Numa breve declaração publicada no portal do movimento na Internet, o Hezbollah declarou que o soldado israelita morto era Daniel Nachmani, de 21 anos, membro do 71.º Batalhão da 188.ª Brigada Blindada, e que “morreu devido a ferimentos sofridos durante uma atividade operacional no dia 22 de dezembro no norte do país”.

O Hezbollah, grupo apoiado pelas autoridades iranianas, está envolvido em combates com o exército israelita, na sequência do ataque sem precedentes conduzido pelo grupo islamita palestiniano Hamas em território israelita em 7 de outubro, naquilo que descreve como operações de apoio a grupos armados palestinianos.

A situação suscita o receio de que o conflito se alastre ao vizinho Líbano e mesmo a toda a região.

Na semana passada, o primeiro-ministro interino do Líbano, Nayib Mikati, sublinhou a importância de “aplicar” as resoluções internacionais sobre a fronteira com Israel e apelou à “retirada” das forças israelitas dos “territórios ocupados” no contexto dos combates.

“Há uma solução e essa solução é aplicar as resoluções internacionais”, afirmou.

Desde o início das hostilidades na região, mais de 168 pessoas foram mortas: 12 em Israel – oito soldados e quatro civis – e pelo menos 156 no Líbano, incluindo 121 membros do Hezbollah, 16 membros das milícias palestinianas, um soldado e 18 civis, incluindo três jornalistas e três crianças.

Israel enviou mais de 200.000 soldados para a sua fronteira norte, onde a violência também deslocou milhares de pessoas: cerca de 80.000 pessoas foram retiradas de comunidades no norte do país e mais de 70.000 fugiram do sul do Líbano.