“Em preparação para a próxima fase da guerra, as Forças de Defesa de Israel publicam o mapa que divide o território da Faixa de Gaza em áreas reconhecíveis, para permitir que os residentes se orientem, compreendam as instruções e retirem de locais específicos para sua segurança, se necessário”, disse um porta-voz do exército israelita.

O porta-voz apelou aos habitantes da Faixa de Gaza para que “localizem a zona em causa e atuem se lhes for pedido que saiam dela”.

Israel e o Hamas retomaram hoje os combates, após uma trégua de sete dias que permitiu a libertação de 105 reféns em Gaza e de 240 palestinianos detidos em Israel, bem como a entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.

Os Estados Unidos, principal parceiro de Israel, apelaram ao Estado judaico para que se abstenha de retomar a ofensiva militar em Gaza, a menos que estabeleça um plano concreto para proteger os civis, incluindo “a designação precisa de áreas no centro e no sul de Gaza onde os civis possam estar seguros e fora da linha de fogo”.

Washington não quer que se repita no sul do território palestiniano “a perda maciça de vidas civis e a deslocação (de pessoas) à escala que se verificou no norte”, declarou quinta-feira em Telavive o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 07 de outubro, as forças israelitas têm bombardeado estruturas civis na Faixa de Gaza, incluindo zonas residenciais, hospitais, escolas, mercados e mesquitas, alegando que o grupo islamita construiu aí as suas casernas e infraestruturas militares.

Em várias ocasiões, Israel ordenou a retirada de civis através das redes sociais, de telefonemas ou da publicação de milhões de avisos de morte, mas os seus ataques ocorreram mesmo em zonas que previamente tinha classificado como seguras.

Estima-se que quase dois milhões de habitantes de Gaza – de uma população total de 2,4 milhões – tenham sido deslocados à força e estejam a atravessar uma grave crise humanitária, com hospitais a entrar em colapso e escassez de habitação, água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

O grupo islamita realizou um ataque surpresa contra Israel em 7 de outubro, causando 1.200 mortos e mais de 200 reféns, que levou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a declarar guerra ao Hamas e a lançar uma ofensiva na Faixa de Gaza que já custou a vida a mais de 15 mil pessoas.