“Há poucos quartos na cidade, cada vez há menos e cada vez são mais caros”, apontou a responsável, admitindo que o problema está relacionado com o aumento do turismo e o consequente surgimento de novas unidades de alojamento local.

Ana Costa Freitas reconheceu que “é mais fácil” aos proprietários “alugarem os quartos semanalmente ou diariamente” a turistas do que “alugarem durante quase um ano a alunos, que, ainda por cima, também não têm especial cuidado”.

“Os quartos estão caríssimos e têm poucas condições”, sublinhou, indicando que a renda mensal cobrada aos estudantes universitários oscila entre os “250 e 300 euros”.

A reitora da UÉ assinalou que a academia quer “captar alunos internacionais, mas não tem onde os alojar e a cidade também não tem e quando tem os preços são muito elevados”, além de existirem poucos proprietários a “passar a declaração de residência”.

O problema da falta de quartos para estudantes universitários também se verifica em outras cidades, como Lisboa, realçou, notando, contudo, que, no caso de Évora, “são mais acessíveis as habitações nos bairros próximos do centro histórico”.

“Os bairros mais afastados ou Montemor-o-Novo e Viana do Alentejo, que ficam a 30 quilómetros e não têm transportes suficientes para os alunos poderem utilizar essas zonas como residência”, advertiu.

Ana Costa Freitas deu também como exemplo os alunos oriundos da vila de Redondo, a pouco mais de 30 quilómetros, que “teoricamente poderiam viver em casa, mas não conseguem”, porque “o último transporte é às 17:30 e, se tiverem uma aula até às 18:00, já não têm como ir”.

A reitora da UÉ considerou que as residências da academia alentejana também não são suficientes, uma vez que as sete existentes disponibilizam 549 camas, lembrando que a instituição tem cerca de oito mil alunos.

A academia, indicou, já tem um projeto para transformar o antigo edifício dos serviços de ação social, no centro histórico e que se encontra devoluto, em “residência universitária energética sustentável”.

“Precisamos de verba” para concretizar o projeto e “gostaríamos a concorrer a fundos de apoio da União Europeia, mas não temos conseguido”, porque “parece que não somos elegíveis”, adiantou, recordando que “a universidade não pode fazer um empréstimo, nem teria capacidade para o fazer”.

Segundo a reitora, existe também a possibilidade de a UÉ lançar um concurso para encontrar um parceiro que possa construir uma residência num terreno da academia, situado perto das piscinas municipais.

Com a concretização destes dois projetos, vincou, a Universidade de Évora poderia “quase duplicar” o número de vagas nas suas residências.