“Fiz um esforço muito deliberado para me assegurar de que não parece que me estou a intrometer no que se supõe deverem ser processos independentes para tomar este tipo de decisões”, disse Obama numa entrevista ao portal digital Now This News, após o anúncio da polícia federal norte-americana (FBI).

“Mas creio, sim, que há uma norma segundo a qual, quando há investigações, não trabalhamos com base em insinuações, nem em informações incompletas, nem em fugas de informação. Trabalhamos com base em decisões concretas que foram tomadas”, acrescentou.

O chefe de Estado norte-americano recordou que o FBI já fez este ano uma investigação “exaustiva” sobre o uso por parte de Hillary Clinton de um servidor privado de correio eletrónico para tratar assuntos oficiais, enquanto secretária de Estado do seu primeiro Governo (2009-2013).

“E a conclusão, na altura, do FBI, a conclusão do departamento de Justiça, a conclusão de várias investigações no Congresso foi que ela tinha cometido alguns erros, mas que não havia nada ali que justificasse um processo judicial”, sublinhou Obama.

A Casa Branca tem evitado alimentar a polémica sobre a carta enviada na passada sexta-feira a membros do Congresso pelo diretor do FBI, James Comey, informando-os de que estavam a ser investigados novos e-mails possivelmente relacionados com o uso de um servidor privado por Hillary Clinton.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, transmitiu na segunda-feira que Obama não acreditava que Comey estivesse “intencionalmente” a tentar influenciar o resultado das eleições presidenciais do próximo dia 08 de novembro, ao anunciar essa investigação, e que se recusou a “defender” ou “criticar” tal decisão.

Na entrevista, Obama considerou que o tema das mensagens de correio eletrónico de Hillary se transformou “numa controvérsia política” e que, dada a longa carreira política da ex-secretária de Estado, muitas vezes “as pessoas dizem coisas absurdas sobre ela”.

“E, se comete um erro, um erro sem má-fé, isso acaba por ser sobredimensionado, como se fosse uma loucura”, afirmou o Presidente, reiterando a sua “absoluta confiança na integridade” da candidata do seu partido para lhe suceder na Casa Branca.

Funcionários do departamento de Justiça asseveram que não haverá mais declarações públicas sobre a investigação até que esta termine, o que, muito provavelmente, não acontecerá antes do dia das eleições, 08 de novembro, já que, segundo alguma imprensa, as autoridades têm de analisar cerca de 650.000 mensagens de correio eletrónico.

Estes novos e-mails foram descobertos pelo FBI no portátil do ex-congressista Anthony Weiner, que foi namorado de uma das assessoras mais próximas de Hillary, Huma Abedin, e as autoridades estão a averiguar quantos deles são relevantes para a investigação sobre a candidata presidencial democrata.

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