Ao homenagear os portugueses “que serviram a pátria e tombaram em combate”, Ferro Rodrigues disse que esta evocação deve também ser feita com sentido de futuro, considerando que este “exercício de memória é tanto mais importante quanto voltam a pairar nuvens negras sobre a Europa, carregadas do mesmo espírito perverso dos nacionalismos exacerbados que causaram a guerra”.

Ferro Rodrigues, que falava no consulado-geral de Portugal em Paris por ocasião da inauguração da exposição “Portugal e a Grande Guerra”, referiu-se ainda à União Europeia, que considerou ser “historicamente o melhor projeto de paz e desenvolvimento que a Europa experimentou”.

“Devemos-lhe décadas de paz, de cooperação e de liberdade. A União Europeia é um bem inestimável”, disse.

Sublinhando que se pode e deve aperfeiçoar a construção europeia, o presidente da Assembleia da República notou, contudo, que não se pode prescindir dela.

“Numa sociedade global em que a Europa perde centralidade, cair nesse erro seria condenar-nos à irrelevância, pondo em risco a nossa liberdade e a nossa prosperidade”, considerou.

A poucos dias de se assinalar em Paris o centenário do dia do armistício, em 11 de novembro, numa cerimónia em que estará presente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e outros chefes de Estado, Portugal mostra através desta exposição na capital francesa "o contributo português para a vitória aliada".

A exposição, comissariada pela historiadora Fernanda Rollo, foi inaugurada em 2014 e já passou pela Assembleia da República, por câmaras municipais, escolas e pelo município de Lille (França).

Acompanham o presidente da Assembleia da República nesta deslocação a Paris, os presidentes das comissões parlamentares dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, e da Defesa Nacional, Sérgio Sousa Pinto e Marco António Costa, respetivamente.

Os deputados Carlos Alberto Gonçalves e Paulo Pisco, eleitos pelo círculo da Europa, também integram a comitiva.

A I Guerra Mundial iniciou-se em 1914 e terminou em novembro de 1918.