Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) explicou que os fiscais regrediram na Tabela Remuneratória Única, tendo sido reposicionados em patamares inferiores aos que se encontravam, devido a uma interpretação da Câmara Municipal.

“O presidente da câmara recebeu-nos dizendo que não tinha conhecimento da situação e que iria analisá-la. Mostrou-se solidário para com os trabalhadores”, disse Nuno Almeida.

O presidente do STML explicou que os trabalhadores da autarquia de Lisboa da Carreira Especial de Fiscalização foram confrontados este ano com a interpretação e decisão da Câmara envolvendo o seu reposicionamento na Tabela Remuneratória Única, o que, na prática, lhes negou o direito à progressão na carreira.

“Os trabalhadores consideram esta situação uma injustiça inaceitável e um abuso em termos interpretativos sobre a legislação mais recente direcionada para a realidade dos trabalhadores em funções públicas”, disse.

Nuno Almeida disse que foram enviados para a Câmara, Governo e grupos parlamentares exposições sobre o problema, não tendo obtido resposta.

“O que pretendemos é que a Câmara possa resolver a questão dos trabalhadores e que interceda junto do Governo”, indicou.

Por sua vez, o coordenador do STML, Luís Dias, sublinhou que nenhum trabalhador pode ser colocado em posições inferiores àquela em que se encontra e isso aconteceu de facto.

“Os fiscais trabalham em condições complicadas. Há falta de trabalhadores, não pode agora vir a câmara prejudicá-los. (…) O presidente da Câmara diz que está solidário com os trabalhadores, que os valoriza, mas o que estes exigem é soluções concretas”, disse.

Luís Dias indicou ainda que os trabalhadores vão aguardar que Carlos Moedas “analise a situação” e lhes dê feedback.

Por sua vez, Ricardo Pereira, fiscal há quase 40 anos, manifestou-se, em declarações à Lusa, "injustiçado", salientando que quer “ser ouvido” e que “seja resolvido o problema".

“Faço tudo. Fiscalizo obras, estabelecimentos, vendedores ambulantes, lixo, etc. Estou a tentar que me oiçam porque os recursos humanos da câmara não conseguiram responder porque é que me baixaram de categoria”, disse.