O chefe do Estado-Maior conjunto no distrito de Mocímboa da Praia, André Mahunguana, apresentou o material apreendido aos jornalistas, incluindo armas do tipo AK-47, lança granadas, munições, roquetes e carregadores.

O material bélico “estava enterrado num espaço bem preparado, arrumado, numa lona e com capim por cima” de uma maneira que “era difícil descobrir”, afirmou Mahunguana.

Considerando uma das maiores capturas de armas dos grupos armados que atuam em Cabo Delgado, o oficial assinalou que a desativação dos esconderijos aconteceu em 13 de outubro, no posto administrativo de Mbau, em Mocímboa da Praia, depois de denúncias de pessoas que tinham sido raptadas pelos “terroristas”.

A maioria dos artefactos está “operacional e será reutilizada” pelas forças governamentais, avançou André Mahunguana.

“O apelo à população é que continue a contribuir, a colaborar”, referiu, estendendo o apelo aos próprios membros dos grupos armados.

“Qualquer um é livre de dizer: ‘eu abandonei a minha arma, o meu carregador'” neste sítio.

Recordou a amnistia anunciada pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para os insurgentes, exortando-os a entregarem-se às forças governamentais e a denunciarem esconderijos de armas.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de violência a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.