A polícia francesa efetuou esta segunda-feira buscas na sede do partido Frente Nacional (FN), em Paris. Em causa está o uso indevido de fundos da União Europeia (UE) que foram utilizados para pagar a membros do partido como se fossem assistentes parlamentares.

De acordo com o The Guardian, o Parlamento Europeu terá afirmado que enquanto desempenhava o papel de líder da FN durante a legislatura de 2011-12, Le Pen pagou a pessoal do partido com fundos da UE. Segundo as leis em vigor no parlamento, estes fundos devem ser usados apenas para pagar a assistentes legisladores.

O partido de extrema-direita francês reagiu através de um comunicado, afirmando que a investigação tem como objetivo "perturbar o curso da campanha presidencial".

Segundo o relatório do organismo antifraude da União Europeia (OLAF), citado no dia 16 pelo ‘site’ noticioso Mediapart e pela revista Marianne, Le Pen reconheceu ter empregado ficticiamente como assistente parlamentar o seu guarda-costas Thierry Légier, para “regularizar salários e despesas”.

No entanto, Marine Le Pen desmentiu na passada sexta-feira, dia 17, ter reconhecido o emprego fictício do seu guarda-costas como assistente parlamentar europeu, contradizendo o relatório do organismo antifraude da União Europeia divulgado por dois media franceses.

É “uma mentira descarada, nunca reconheci o que quer que fosse perante investigadores, aliás nunca os vi”, afirmou a uma rádio a eurodeputada.

Le Pen “reconheceu, por um lado, que as folhas de salário elaboradas para o período de outubro a dezembro de 2011” indicavam um “valor de 41.554 euros” que “nunca foi pago ao beneficiário indicado, Thierry Légier” e, “por outro lado, que ela nunca tinha empregado Légier durante aqueles três meses”, de acordo com os extratos divulgados.

Interrogada sobre o relatório, a candidata explicou que houve “um ajuste entre o Parlamento Europeu e o pagamento de terceiros neste caso”, mas “absolutamente nada de fictício”.

“Tenho todas as provas que darei quando necessário, já as enviei ao OLAF”, adiantou.

Questionado na quinta-feira pela agência France Presse, o gabinete de imprensa do OLAF indicou que “a investigação revelou que a deputada realizou um contrato de trabalho puramente fictício com um dos seus assistentes”.

Concluído em julho de 2016, o relatório foi entregue ao presidente do Parlamento Europeu. A assembleia tomou conhecimento e os serviços começaram a reter uma parte do salário da eurodeputada para recuperar o dinheiro.