“Trata-se de um importante passo que responde aos principais pedidos dos ucranianos. (…) Ficarão destacados nas nossas unidades durante várias semanas. Já lhes fornecemos formação em artilharia para poderem operar os Caesar [canhões de fabrico francês], mas agora avançamos uma etapa”, disse Lecornu, numa entrevista hoje divulgada pelo diário regional francês Le Parisien.

O ministro indicou que esta decisão assenta na necessidade de “formar uma nova geração de soldados” ucranianos para um conflito com a Rússia “a longo prazo”.

“Vamos fazê-lo no respeito pelas regras do direito e sem nos envolvermos como beligerantes”, esclareceu.

As autoridades da Ucrânia, lideradas pelo Presidente Volodymyr Zelensky, já censuraram por diversas vezes o chefe de Estado francês Emmanuel Macron pela escassez de apoio militar às forças ucranianas.

Esta semana, o Ministério da Defesa ucraniano divulgou um vídeo nas redes sociais no qual, enquanto era entoada a sensual canção “Je t’aime… moi non plus”, de Serge Gainsbourg e Jane Birkin, pedia a Macron mais canhões Caesar para garantir o apoio dos ucranianos.

Na entrevista, Lecornu asseverou ainda que os ucranianos não foram esquecidos e admitiu o envio de um lança-mísseis múltiplo.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, desencadeando uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ofensiva militar russa na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.