A estrada municipal, que atravessa o Casal da Cantarola, servindo também outras localidades, está “em risco de derrocada”, disse o presidente da Junta de Freguesia da Moita dos Ferreiros, na Lourinhã, Rui Perdigão.

O autarca explicou que a via, construída sobre uma encosta com cerca de sete metros de altura, já teve vários desabamentos, tendo em conta o “tráfego elevado de pesados”, com “200 a 300 passagens por dia”, e os problemas de falta de drenagem das águas.

“Nunca foi feita a drenagem das águas e precisa de obras de fundo”, alertou Rui Perdigão, que pediu responsabilidades à Câmara Municipal do Bombarral, a quem pertence a via, depois de o problema se ter agravado nos últimos meses.

Contactado pela Lusa, o município admitiu “a necessidade de novas intervenções em todo o seu traçado, com alguma urgência”, perspetivando “proceder à repavimentação da estrada até ao final do ano ou no início do próximo”.

O município do distrito de Leiria pretende também começar a elaborar um projeto de reabilitação da via, sem se comprometer com prazos.

“Estar a colocar mais massas asfálticas [para repor o que desabou] é tapar o sol com a peneira e fazer mais pressão sobre o que ali está”, afirmou, desagradado, o autarca de freguesia da Lourinhã, no distrito de Lisboa.

Rui Perdigão defendeu a realização imediata de um estudo geológico para avaliar o estado da via para avaliar a eventual interdição da estrada e se avançar com obras de fundo.

A junta da Moita dos Ferreiros tem recebido “muitas queixas de pessoas que têm receio” de lá passar, temendo algum acidente trágico, face ao “perigo iminente”.

Em caso de derrocada, as populações das aldeias não ficam isoladas, mas algumas delas vão ser obrigadas a “fazer mais quatro ou cinco quilómetros”.

“A minha preocupação é, mais do que o acesso, a segurança das pessoas, que pode estar em risco”, sublinhou, receando que o problema possa agravar-se neste inverno.