“Queremos aqui realçar que estes resultados de apuramento de nível provincial espelham aquilo que vem ao nível do distrito”, disse Albino Pariela, presidente daquela comissão, na apresentação, em Pemba, dos resultados de apuramento, aprovados hoje, sublinhou, por “consenso” naquele órgão.

A Frelimo já liderava seis das sete autarquias que foram a votos nestas sextas eleições autárquicas, mas conquistou ainda Chiúre, com 12.503 votos (50%), que estava nas mãos da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição no país), que garantiu, segundo estes dados, 11.676 (45%), enquanto o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) não foi além de 479 votos (1%)

Ainda de acordo com os dados apresentados hoje, a lista da Frelimo venceu na cidade de Pemba, capital da província, com 38.849 votos (68%), seguida da lista da Renamo, com 16.327 votos (27%) e da lista do MDM, com 4.619 votos (7%).

Em Mueda, a Frelimo venceu com 16.677 votos (87%), seguida da Renamo, com 1.600 votos (8%) e do MDM, com 1.600 (8%), enquanto em Montepuez a Frelimo venceu com 21.834 votos (71%), a Renamo não foi além de 7.620 votos (25%) e o MDM de 1.023 votos (3,4%).

Em Balama a Frelimo venceu com 6.430 votos (76%), seguindo-se a Renamo, com 1.749 votos (20%) e o MDM, com 241 votos (2%), e no Ibo a vitória da Frelimo foi com 2.738 votos (81%), seguida da Renamo, com 525 votos (15%) e do MDM, com 115 votos (3%).

Na vila de Mocímboa da Praia a Frelimo venceu com 8.768 votos (60%), seguida da Renamo, com 5.122 votos (35%).

O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) moçambicano confirmou na quinta-feira que ainda não recebeu qualquer resultado das eleições autárquicas nos 65 municípios e que o apuramento, 24 horas depois do fecho da votação, continua na fase intermédia.

Em conferência de imprensa realizada em Maputo, a porta-voz do STAE, Regina Matsinhe, não avançou com uma previsão de data para a divulgação dos resultados da votação autárquica, que encerrou às 18:00 (17:00 em Lisboa) de quarta-feira em todo o país, além dos prazos que estão previstos na legislação.

Assim, voltou a explicar, durante a madrugada de quinta-feira foi feito o apuramento parcial em cada mesa, que pode contar com até 800 eleitores, e obrigatoriamente publicado o respetivo edital à porta, seguindo-se — está em curso – o apuramento autárquico intermédio, a nível do distrito, num prazo de até três dias após a votação, e depois, até cinco dias, a centralização dos resultados por província, que em alguns locais também já começa a acontecer, como Cabo Delgado.

A Comissão Nacional de Eleições tem depois um prazo de até 15 dias após a votação para publicar os resultados finais.

Pouco mais de 4,8 milhões de eleitores podiam votar nestas eleições autárquicas nos 65 municípios do país.

Os eleitores moçambicanos foram chamados a escolher 65 novos presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias aprovadas por Conselho de Ministros em outubro de 2022, que se juntam a 53 já existentes, num total de 1.747 membros a eleger.

Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além das autárquicas, prevê eleições gerais em 09 de outubro de 2024, nomeadamente com a escolha do novo Presidente do país, cargo ao qual o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.

Concorreram às eleições autárquicas mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos, tendo a CNE determinado 1.486 Locais de Constituição e Funcionamento das Assembleias de Voto e 6.875 mesas de Assembleia de Voto.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma.