De acordo com o documento, 9,2% das pessoas inscritas em 2016 nos centros de saúde da Região possuíam hábitos tabágicos. Este comportamento é mais frequente no sexo masculino do que no sexo feminino (10,3% e 8,1%, respetivamente). O valor é inferior à média nacional, que se situa nos 10,4%.

Para Luís Pisco, Presidente da ARSLVT, “esta realidade poderá traduzir alguma influência das sucessivas campanhas de prevenção e da forte aposta nas consultas de desabituação tabágica”.

Os dados registados pelos médicos de família da ARSLVT dizem respeito a vários determinantes de saúde, como é o caso do alcoolismo, que atinge 1,1% dos utentes inscritos na Região. Este valor é inferior ao nacional (1,4%) e também aqui o fenómeno é mais frequente entre os homens do que entre as mulheres (2% e 0,2%, respetivamente).

O “Perfil Regional de Saúde 2017” revela ainda que 6,2% da população de Lisboa e Vale do Tejo têm excesso de peso. Ainda assim os valores são inferiores à média nacional (6,4%). Neste determinante existe maior equilíbrio entre ambos os géneros: com 6,3% para os homens e 6,1% para as mulheres.

Quem somos? Como vivemos? Que saúde temos?

O relatório da ARSVLT caracteriza também a população de Lisboa e Vale do Tejo no que diz respeito às questões demográficas, aos fatores socioeconómicos e às condições de saúde.

A pirâmide etária da Região de Lisboa e Vale do Tejo (RSLVT) aponta para um envelhecimento da população, com um índice de 141 - o que significa que existem 141 idosos para cada 100 jovens. Estes dados acompanham a tendência nacional.

Na região, “[e]xistem mais do dobro de mulheres no grupo etário com 85 ou mais anos em relação aos homens do mesmo grupo”, indica o relatório.

A taxa de desempregados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), em 2016, era de 45,6 - valor inferior ao verificado no continente (53,6).

A proporção de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (27,1, em cada 1000 habitantes de 15 e mais anos), em 2016, era inferior aos valores do continente (30,4).

O relatório salienta ainda que, entre 2012 e 2014, as doenças do aparelho circulatório eram as que tinham maior peso nas causas de morte em todas as idades, e os tumores malignos nas idades inferiores a 75 anos.

Por outro lado, a “hipertensão arterial constitui o problema de saúde mais registado na RSLVT, com uma proporção de 21,1% dos utentes inscritos, sendo superior no sexo feminino (22,6% vs 19,5%)”, diz o documento.

A Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, composta por 52 municípios, é a mais populosa de Portugal, abrangendo uma população residente de 3.637.273 habitantes, o que representa 37,1% da população do Continente (9.809.414 habitantes). Da população residente, 52,9% são mulheres. A população desta região cresceu 5,8% entre os últimos dois censos (2001 e 2011), crescimento muito superior ao nacional (1,8%).

O “Perfil Regional de Saúde” é um documento formulado pelo Departamento de Saúde Pública da ARSLVT, que assim se assume como Observatório Regional de Saúde Pública.

Os valores apresentados resultam da compilação de dados referentes a diferentes períodos temporais.

O relatório é um instrumento de apoio à tomada de decisão técnica, político-estratégica e organizacional, uma ferramenta orientada para a ação, no sentido da melhoria da saúde das populações e redução das desigualdades em saúde.