Segundo o IPMA, o recorde anterior no Funchal no mesmo mês foi anotado em 23 de outubro de 2014, sendo de 34,3 graus.

O instituto refere, em comunicado, que outubro “corresponde a um mês de transição entre o verão e o outono, pelo que são frequentes dias quentes, mas os valores mais frequentes da temperatura máxima do ar têm variado entre 28 e 29 graus Celsius” no concelho madeirense.

De acordo com os registos contínuos no Funchal, que se efetuam desde 1865, foi em outubro de 1875 que a temperatura superou os 30 graus.

Em 1909 foram atingidos os 31 graus e os 32 graus foram registados 21 anos depois (1930), subindo aos 33 graus em 1942 e aos 34 graus em 1995.

“Os valores recordes da temperatura máxima do ar têm vindo, de forma muito significativa, a aumentar ao longo do tempo, principalmente nos últimos anos”, salienta o IPMA.

Nos últimos dias, o estado do tempo no arquipélago da Madeira tem sido condicionado por “uma massa de ar tropical quente e seca, com origem no deserto do Saara (o tempo de leste na Madeira), transportada na circulação conjunta de um anticiclone localizado na Europa Ocidental e de um vale depressionário que se estende desde o Norte de África até à Península Ibérica”.

“A reforçar a subida da temperatura do ar, neste episódio, está ainda a subsidência associada aos anticiclones e a fenómenos locais”, acrescenta o IPMA.

Esta situação meteorológica, caracterizada por tempo quente e seco, deve manter-se na próxima semana, devido à previsão de “permanência do bloqueio anti ciclónico”, que contribui para valores da temperatura máxima do ar entre 29 e 34 graus, e temperaturas mínimas entre 21 e 25 graus.

O IPMA colocou as costas norte e sul da Madeira, as zonas montanhosas e a ilha do Porto Santo sob aviso laranja (o segundo mais grave de uma escala de três) e diz ainda que não está prevista precipitação na Madeira até segunda-feira.

As previsões levaram o Serviço Regional de Proteção Civil a emitir recomendações à população para a adoção de medidas de prevenção face ao perigo de incêndios rurais.

Alguns focos de incêndio em mato foram detetados nestes dias em zonas não acessíveis, exigindo a intervenção do helicóptero de combate a fogos.

No concelho da Ribeira Brava, os bombeiros estão na zona da Furna, de prevenção, com cinco elementos e um carro de combate.