Como escreve a BBC, Chengyong seguia as suas vítimas até casa antes de roubá-las, violá-las e matá-as, cortando-lhes a garganta e mutilando os corpos. Por seguir este modus operandi, a imprensa chinesa começou a apelidá-lo de "Jack, o Estripador", nome pelo qual foi conhecido o assassino em série que aterrorizou Londres durante a Era Vitoriana, no final do século XIX.

Casado e com dois filhos, o homem de 53 anos foi detido pelas autoridades em 2016 na sua mercearia na cidade de Baiyin, província de Gansu, depois do seu ADN ter sido identificado nos locais dos crimes.

O primeiro assassinato terá decorrido em maio de 1988, quando uma mulher de 23 anos foi encontrada morta em Baiyin com 26 facadas no corpo. Seguiram-se outros homicídios de características semelhantes, tanto na forma de matar como no perfil das vítimas, raparigas novas, que vestiam vermelho quando foram mortas. A mais nova tinha oito anos.

Segundo os relatos na imprensa chinesa, as notícias sobre os assassinatos terão causado uma onda de pânico em Baiyin, levando a que muitas mulheres deixassem de sair de casa sozinhas.

Em dezembro de 2004, a polícia local avançou com uma recompensa de 200.000 yuan (26.742 euros) por informação que levasse à captura do assassino.

"O suspeito tem uma perversão sexual e odeia mulheres", referiu então a polícia, ao traçar o perfil do assassino, acrescentando que ele "vive só, não é sociável, mas é paciente" e tinha "entre 33 e 40 anos".

A polícia acabou por identificar que todos os crimes foram cometidos pela mesma pessoa, através da recolha do ADN, impressões digitais e pegadas.

Em março deste ano, o Gabinete de Investigação criminal da China lançou uma nova investigação, utilizando as últimas tecnologias, para reexaminar o ADN e as evidências biológicas.

A detenção surgiu após o tio de Chengyong ter sido colocado em prisão domiciliária, em Baiyin, por crimes menores e o seu ADN recolhido e testado. A polícia descobriu então que o assassino era familiar deste.

As autoridades identificaram então que se tratava de Chengyong, que vive em Lanzhou, a capital de Gansu.

O assassino em série foi condenado à morte no ano passado num tribunal de Baiyin, que anunciou hoje a sua execução através da rede social chinesa Weibo. Não foi revelado o método de execução, mas é comum na China decorrer através de injeção letal ou fuzilamento.