Em resposta a uma pergunta do Ministério da Administração Interna (MAI), a GNR sublinha que também por não haver essa perceção de perigo "não teve lugar qualquer decisão operacional ou informação de risco que determinasse o corte dessa estrada por forças da guarda, a partir de Castanheira de Pera".

A GNR refere ainda que não foi confirmado que militares da Guarda tivessem encaminhado pessoas, a partir do nó do IC 8, para a EN 236-1, contrariando a afirmação de uma sobrevivente que passou naquela estrada, no sentido Figueiró dos Vinhos-Castanheira de Pera.

Na resposta enviada, aquela força de segurança explica que "os sucessivos focos de incêndio foram progredindo no sentido este-oeste, designadamente ao longo do IC 8", sendo que, a dada altura, "o incêndio propagou-se para sul", atingindo o concelho de Figueiró dos Vinhos.

"Depois, progrediu rápida e desordenadamente para norte, no sentido de Castanheira de Pera, tendo passado pelo nó do IC8 com a EN 236-1", refere a GNR, sublinhando que, até à chegada das chamas à nacional 236-1, não se perspetivava qualquer perigo para "quem se encontrasse em Castanheira de Pera e se deslocasse em viatura no sentido de Figueiró dos Vinhos".

A resposta da GNR, publicada no Portal do Governo, surge na sequência de um despacho do MAI que dá a conhecer os diversos relatórios e estudos produzidos sobre o incêndio que deflagrou em junho, em Pedrógão Grande, distrito de Leiria.

Para além das respostas dadas pela Proteção Civil, GNR e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a 19 de junho, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa solicitou a diferentes entidades diversos pareceres, estudos, relatórios e inquéritos que pudessem acrescentar informação sobre as circunstâncias e causas das ocorrências.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou, pelo menos, 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.