O governo brasileiro autorizou nesta segunda-feira o envio de tropas federais para reforçar a segurança no estado do Rio de Janeiro, afetado por uma greve policial. Na semana passada, Brasília já tinha enviado tropas para o estado do Espírito Santo, face a uma onda de roubos e assassinatos ocorridos durante uma greve policial que se prolonga ainda parcialmente.

Michel Temer deu assim resposta a um pedido do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, segundo o Palácio do Planalto."A partir deste momento, o Ministério da Defesa aciona as tropas para emprego efetivo", informou um comunicado, sem oferecer detalhes sobre a dimensão e a duração da operação.

Esses detalhes devem ser comunicados amanhã numa conferência de imprensa convocada pelo ministro da Defensa, Raul Jungmann, no Comando Militar do Leste (CML), com sede no Rio.

Mulheres de agentes da Polícia Militar (PM) bloqueiam desde sexta-feira o acesso de vários quartéis, exigindo o pagamento dos salários atrasados dos seus maridos, que não têm direito à greve.

"A Polícia Militar está a utilizar todos os meios disponíveis para colocar o policiamento nas ruas em locais onde há impasse com os manifestantes", indicou a assessoria de imprensa da PM num comunicado enviado à AFP.

No domingo à noite, os familiares concentravam-se nas portas de 29 dos 100 quartéis do estado do Rio, segundo o portal G1.No Espírito Santo, o governo federal enviou na semana passada 3.000 efetivos das Forças Armadas para conter a onda de violência, que causou pelo menos 146 assassinatos, segundo o sindicato local de polícias  civis.

Temer afirmou nesta segunda-feira que "as polícias militares, por disposição constitucional, não podem fazer greve e nem sindicalizar-se". O que houve no Espírito Santo, "por força de um movimento encabeçado" pelas mulheres, "foi na verdade uma insurgência contra o texto constitucional", acrescentou. "O governo federal resolveu colocar as Forças Armadas à disposição de toda e qualquer hipótese de desordem nos estados da federação brasileira", indicou Temer.