Com a alteração, "o Governo abriu uma janela de oportunidades", que tem de ser "adequadamente explorada" pelos empresários para que, através de "fluxos de migração com segurança e respeito pelas leis do trabalho", "possa fazer chegar ao territorial nacional recursos humanos que são necessários ao desenvolvimento de atividades económicas", afirmou Eurico Brilhante Dias.

O governante falava em Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, numa sessão sobre questões relacionadas com a nova legislação de vistos de entrada e autorizações de residência de cidadãos estrangeiros em Portugal.

Eurico Brilhante Dias recordou que, nos últimos meses, no exercício de funções como secretário de Estado da Internacionalização, nos contactos que tem feito com empresários, tem havido "um tema recorrente: o problema da falta de mão-de-obra".

"Apesar de tudo", a falta de mão-de-obra "é um bom problema, porque significa que nos últimos anos conseguimos, de facto, de forma transversal, reduzir de forma substantiva a taxa de desemprego" em Portugal, considerou.

No entanto, contrapôs, "para o crescimento económico do país", a falta de mão-de-obra "é um problema e uma restrição que limita a captação de novos investimentos e o desenvolvimento de investimentos já realizados".

"A vitalidade e capacidade de criar valor e oportunidade" de Portugal "depende também da manutenção e do crescimento da população e, como sabemos, todos os demógrafos olham para o futuro próximo, e para o mais longínquo, até meados deste século, do país e vêm um território que vai perder população", sublinhou.

Por isso, "o Governo entendeu enfrentar e tratar" os problemas da perda de população e da falta de mão-de-obra "também na dimensão da relação com as migrações e com a imigração", disse, destacando o contributo da alteração à lei de estrangeiros.

O secretário de Estado disse que, atualmente, devido às oportunidades abertas pelo regadio do Alqueva, "há muitos investidores estrangeiros" interessados em fazer investimentos agrícolas no Alentejo, nomeadamente em vitivinicultura, olivicultura, produto hortofrutícolas e frutos secos.

"Precisamos de ter os instrumentos adequados para fixar investimentos", já que "não responder a estes investimentos que aparecem por causa do regadio do Alqueva porque não temos gente [mão-de-obra] seria perder uma oportunidade histórica de aproveitar o Alqueva e as oportunidades de crescimento do Alentejo", alertou.

Neste sentido, "foi também para dar resposta a esta perspetiva de desenvolvimento e aos anseios de empresários e municípios" que o Governo promoveu as alterações à lei de estrangeiros, rematou.