"Julgo que o grande desafio na parte dos transportes aéreos será aproximar, ao nível do inter-ilhas, a oferta à procura, dados os constrangimentos que foram publicamente assumidos durante este verão", disse Ana Cunha aos jornalistas.

A governante, que foi ouvida na Comissão de Economia do parlamento dos Açores, reunida na Horta, ilha do Faial, a propósito das propostas de Plano e Orçamento para 2018, admitiu também alterações na estrutura acionista da Azores Airlines, do grupo SATA, que assegura as ligações para fora do arquipélago.

"O processo de abertura a capitais privados da Azores Airlines é um processo negocial que ainda está em curso", explicou Ana Cunha, garantindo, contudo, que "existem algumas premissas das quais o Governo Regional não abdicará".

Uma dessas premissas passa por manter, no setor público, a maioria do capital social da companhia aérea, mas também a "manutenção do objeto social" da Azores Airlines, que é "servir os açorianos", referiu.

"A manutenção das rotas entre os Açores e o continente nunca poderá ser algo que seja posto em causa, assim como não poderá ser a ligação ao Canadá e aos Estados Unidos, às nossas comunidades de emigrantes", frisou a governante.

Ana Cunha destacou, por outro lado, o investimento previsto pelo Governo Regional no transporte marítimo de passageiros, através do lançamento de um novo concurso público internacional para a construção e concessão de um ‘ferry’, que deverá estar operacional em 2020.

"É um processo concursal, mas seguindo a sua cronologia normal, prevê-se que em 2020 possa já estar operacional. No entanto, como todo e qualquer processo, poderão existir algumas vicissitudes, que são normais neste tipo de procedimentos", observou a secretária regional.

As propostas de Plano e Orçamento do executivo açoriano para 2018 contemplam um investimento total superior a 150 milhões de euros para as áreas dos transportes (aéreos, marítimos e terrestres), das obras públicas e das comunicações.

O Orçamento da região para o próximo ano ascende a 1.292 milhões de euros, dos quais 503 milhões estão inscritos no Plano de Investimentos (753 milhões, incluindo os fundos comunitários), documentos que serão discutidos e votados em plenário na última semana de novembro.