O encontro com Miguel Cabrita, em representação do Ministério do Trabalho, e Guilherme W. d'Oliveira Martins, do Ministério do Planeamento e Infraestruturas, decorrerá após a reunião a realizar hoje pelas 11:00 entre as mesmas estruturas representativas dos trabalhadores e a nova presidente da empresa, Cláudia Goya.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom (STPT) – uma das estruturas presentes no encontro – lamentou que dada a “importância” do assunto, a reunião não seja realizada com a presença do primeiro-ministro ou o ministro do Trabalho, como tinham reclamado.

“Esta é oportunidade que vamos ter de ser ouvidos no Ministério do Trabalho, infelizmente não será com o próprio ministro do Trabalho ou com o primeiro-ministro, como temos vindo a reivindicar, porque consideramos que o que se passa na PT é demasiado importante para o país (…), mas com certeza não vamos perder esta oportunidade de mais uma vez colocarmos as nossas preocupações”, disse Jorge Félix.

Os representantes dos trabalhadores pretendem reverter a situação laboral na PT Portugal, sobretudo depois de terem sido conhecidos os resultados de várias ações inspetivas à empresa conduzidas pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

A constatação de ilegalidades e irregularidades na gestão da PT Portugal pela Altice são evidentes nas conclusões do relatório da ACT, destacam-se as situações de “assédio“ de comportamentos indesejados e repetidos de “humilhação” que afetam a dignidade dos trabalhadores, do não respeito enfim, da lei do país e das boas práticas para a Segurança e Saúde no Trabalho reclamadas pela Agencia Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, refere o STPT.

Em ações inspetivas realizadas na PT/Meo entre janeiro e julho deste ano, a ACT detetou várias infrações, tendo recolhido “evidências da existência de situações de assédio” aos trabalhadores, entre outras violações laborais.

Além deste assunto, o encontro vai também servir para falar “sobre a transmissão de estabelecimento de cerca de 150 trabalhadores” para outras empresas do grupo e de parceiros e ainda o facto “de existirem atualmente na empresa três centenas de trabalhadores sem funções, embora estejam obrigados a cumprir horários”.

A operadora de telecomunicações PT, detida há dois anos pela francesa Altice, tem sido alvo de protestos por motivos laborais.

Nos últimos dois anos, houve cerca de 1.400 rescisões contratuais e cerca de 300 trabalhadores ficaram sem funções.