“A Bestfly Cabo Verde vai fazer um esforço enorme para repor estes voos nos próximos dias. Estamos a contar que no domingo tenhamos já a situação regularizada”, referiu Américo Borges, assinalando que os serviços mínimos garantem cinco dos 14 voos que estavam marcados para hoje e quatro dos 10 que deviam acontecer na quinta-feira.

Será assegurada ainda uma transferência médica da ilha da Boa Vista para a Praia, capital, ilha de Santiago.

O diretor-geral da Bestfly/TICV (Transportes Interilhas de Cabo Verde) disse que o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública Central (SACAR) “não cumpriu” com o estipulado na escala de serviços mínimos, mas está a ser possível cumpri-los com colaboradores que se voluntariaram para o serviço.

“Fomos hoje surpreendidos pela má-fé dos trabalhadores sindicalizados, que não compareceram para cumprir com os serviços mínimos: isto preocupa-nos bastante porque é uma violação à lei e um desrespeito ao serviço público e aos cabo-verdianos”, referiu.

O sindicato anunciou, na quarta-feira, em conferência de imprensa, que uma das principais reivindicações, de uma lista de 16, tem a ver com a falta de seguro em caso de acidentes a bordo, por exemplo, com bagagens, mas Américo Borges disse hoje que a companhia “tem todos os seguros obrigatórios em dia”.

A estrutura sindical acusou ainda a companhia em alegados casos de assédio moral, entre outras violações, queixas refutadas pelo diretor-geral da Bestfly Cabo Verde.

“Temos tentado trazer o pessoal ao diálogo, conversar quando as coisas não estão bem”, mas, segundo Américo Borges, o sindicato entende que “isso é assédio moral. Não nos revemos nessas declarações”, referiu.

O dirigente queixou-se de “intransigência” nas negociações que decorreram na segunda e terça-feira, com base no pré-aviso de greve, acrescentando que a empresa continua aberta ao diálogo.

“Dos 16 pontos identificados no pré-aviso de greve, só foi possível discutir quatro”, com o SACAR “a terminar unilateralmente a reunião, solicitando que se avançasse de imediato para a definição dos serviços mínimos”, sem apresentar contrapropostas às soluções sugeridas, referiu a empresa num comunicado divulgado hoje.

A companhia “reconhece o esforço de mediação realizado pela Direção-Geral do Trabalho”, mas, “infelizmente, e apesar da disponibilidade manifestada pela TICV, não foi possível chegar a um acordo”.

“Foi o SACAR que terminou as negociações, não demonstrando disponibilidade para o consenso que é tão necessário para melhor servir Cabo Verde e os cabo-verdianos”, concluiu.