Segundo dados da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), às 00:30, o Hospital Amadora-Sintra tinha uma adesão de 100%, o São Francisco Xavier (Lisboa) 95%, o Hospital de Santa Maria – Urgência Adultos, pediatria, ginecologia, obstetrícia (Lisboa) 90%, a Maternidade Alfredo da Costa (Lisboa) 80% e igual percentagem para o serviço de internamentos do Hospital de Santa Maria. O Hospital de São João, no Porto, registou 95%.

A funcionar só com os serviços mínimos, adianta a mesma nota, estão o Hospital Distrital de Santarém, o de Abrantes, de Tomar, Torres Novas e de Gaia (Porto).

Os dados provisórios indicam que no Hospital de São José (Lisboa) a adesão foi de 95%, na Estefânia (infantil-Lisboa) de 97%, no Beatriz-ângelo (Loures) de 100%, na Urgência do Distrital de Braga também 100% e no Distrital de Beja, os restantes serviços têm uma percentagem de 70%.

“Os 28 Hospitais integrados ou não em Centros Hospitalares, do sector público administrativo e empresarial do Serviço Nacional da Saúde (SNS), da Região Centro, estão a funcionar em Serviços mínimos: Hospital de Aveiro; Salreu; Águeda; Anadia; Ovar; Santa Maria da Feira; S. João da Madeira; Oliveira de Azeméis; Hospitais da U.Coimbra; Pediátrico; Covões; Sobral Cid, Maternidade Daniel de Matos e Bissaya Barreto; IPO; Figueira da Foz; Cantanhede; Tocha”, refere a Federação.

Na mesma situação estão os hospitais da Guarda, de Seia, de Leiria, Pombal, Alcobaça, Caldas da Rainha, Peniche, Viseu, Tondela e Lamego.

“Confirma-se, assim, a perspectiva que a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais tinha quanto à elevada possibilidade de uma elevadíssima adesão a esta Greve Nacional dos Trabalhadores da Saúde, confirmando o profundo descontentamento dos trabalhadores do sector, pela ausência de resposta do Governo às suas reivindicações”, conclui a FNSTFPS.

Greve no setor da saúde vai ser  "a maior dos últimos anos"

Convocada pelas estruturas da UGT (FESAP) e da CGTP-IN (Frente Comum), a greve deverá provocar problemas no funcionamento dos serviços, nas consultas, atendimento e diagnósticos, segundo afirmou José Abraão, secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP).

José Abraão explicou que a greve deve abranger cerca de 200 mil trabalhadores, garantindo que os serviços mínimos vão ser cumpridos.

"Esta greve vai ser a maior dos últimos anos, porque cobre um número enorme de serviços e trabalhadores, e porque as pessoas estão muito zangadas, revoltadas e prejudicadas e querem manifestar o seu protesto", salientou.

O sindicalista salientou que os trabalhadores "estavam à espera" que os sindicatos avançassem para esta forma de luta, de modo a "mostrar ao governo que existe necessidade de se sentar à mesa para negociar".

Entre as motivações da greve está a falta de acordo coletivo de trabalho para 40 mil profissionais de saúde com contratos individuais de trabalho, mas que não beneficiam do descongelamento das carreiras, nem têm horário semanal de 35 horas, sobretudo dos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais).

Em causa está, nomeadamente, a valorização das carreiras dos assistentes técnicos (administrativos) e assistentes operacionais (auxiliares).

"São necessárias soluções para os contratos individuais de trabalho, para a questão das 35 horas de trabalho semanal e também uma nova visão sobre aquilo que são os serviços de saúde, que não podem ficar reduzidos à preocupação do governo relativamente aos médicos e enfermeiros", defendeu.

"No próximo dia 29, na reunião que vamos ter com a secretário de estado da Administração Pública pode haver uma resposta no sentido da negociação. A insatisfação de todo o setor vai ser sentida de forma clara e o que pretendemos é abertura de um processo negocial", disse.

Os profissionais de saúde iniciaram às 0:00 de hoje um dia de greve, que não abrange médicos nem enfermeiros, mas que, nas contas dos sindicatos que a convocaram, deverá abranger cerca de 200 mil trabalhadores.