Todas as cantinas da Universidade de Coimbra estão encerradas hoje devido à greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública, estando também fechada a creche dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra, informou à agência Lusa fonte da reitoria.

A mesma fonte referiu que os restantes serviços estão a funcionar "com alguma normalidade".

Pelo pólo I da Universidade de Coimbra, quase não se sentia hoje de manhã os efeitos da greve.

"Só agora é que fiquei a saber que havia greve", contou à agência Lusa o aluno de mestrado em Astrofísica David Mascarenhas, que ia para entrar na cantina das Químicas, quando reparou que a porta estava fechada.

Mais abaixo, nas cantinas junto ao edifício da Associação Académica de Coimbra, alguns estudantes juntavam-se, por volta das 12:15, à frente da porta do restaurante universitário, que permanecia fechada.

"Sabia que havia greve, mas estava tudo a funcionar normalmente no pólo III e não sabia que as cantinas estavam fechadas", conta André Coelho, estudante da Faculdade de Medicina, que vai procurar outra opção fora da universidade para poder almoçar.

Também Diogo Barbosa não sentiu qualquer impacto da greve durante a manhã.

"É um dia normal. Talvez as cantinas estejam fechadas, que é normalmente onde se nota o impacto da greve", explanou, referindo que a maioria dos professores do ensino superior opta por não fazer greve.

Já Miguel Carvalho, aluno da Faculdade de Ciências e Tecnologia, nem sabia que havia greve.

"É hoje?", perguntou.

A adesão à greve no segundo turno dos hospitais e nas escolas estava, às 10:00 de hoje, próxima dos 100%, segundo a coordenadora da Frente Comum de sindicatos da Função Pública, Ana Avoila.

Os professores também estão a cumprir uma greve, convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) em defesa dos direitos, das carreiras, da estabilidade e dos salários.

Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento "imediato" das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.

Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.

A primeira greve com o executivo de António Costa ocorreu em 29 de janeiro de 2016 e foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública, assim como a de 26 de maio deste ano, que teve como objetivo reivindicar aumentos salariais, o descongelamento das carreiras, o pagamento de horas extraordinárias e a redução do horário de trabalho para 35 horas em todos os serviços do Estado.