No livro “Fire and Fury”, um dos títulos mais comentados das últimas semanas, Michael Wolff analisa os esquemas internos da polémica presidência de Trump, através de informação privilegiada a que teve acesso.

Na obra, o autor explora o fenómeno Trump e o drama, as controvérsias e os escândalos a ele associados, que têm toldado as suas verdadeiras motivações e objetivos.

“Com uma prosa mordaz, o autor deixa estes indivíduos a nu, apresentando as personalidades mais dramáticas, apaixonantes, incomuns e, de muitas maneiras, carismáticas que alguma vez entraram na Casa Branca desde que há memória nos principais meios de comunicação”, refere a editora, em comunicado.

Com base nas suas opiniões e entrevistas exclusivas, este “livro explosivo” desconstrói este fenómeno que, até agora, não tinha explicação.

O livro alcançou o topo de vendas da semana passada, nos Estados Unidos, apesar de só estar à venda desde sexta-feira.

A NPD BookScan (antiga Nielsen Bookscan) revelou nesta quarta-feira à Associated Press (AP) que foram vendidos 29 mil exemplares de “Fire and Fury: Inside the Trump White House” (“Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump”), apesar de ter sido disponibilizado apenas na sexta-feira e de os dados da empresa de estudos de mercado só irem até sábado.

“Fire and Fury” parece ter apanhado toda a gente desprevenida, desde a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, visada no livro, até à editora Henry Holt & Co., que elevou a impressão dos iniciais 150 mil exemplares para mais de um milhão.

No próprio dia em que foi lançado, o livro alcançou o topo da lista de vendas da Amazon.

Desde que começaram a ser publicadas as primeiras notícias sobre o conteúdo do polémico livro na semana passada, as livrarias têm lutado para responder à procura, com o ‘site’ Amazon.com a advertir para atrasos de duas a quatro semanas nas entregas do livro.

Segundo John Sargent, CEO da Macmillan, 'empresa-mãe' da Holt, as vendas digitais ascendem já a 250 mil exemplares, um número extraordinário para um livro de não-ficção, provavelmente impulsionado pela escassez da edição em papel, enquanto as vendas das versões áudio excederam os 100 mil.

O livro do jornalista Michael Wolff vai aparecer no top da lista de não-ficção do The New York Times, na edição do próximo dia 21.

A obra reúne uma série de "revelações explosivas", resultado de mais de 200 entrevistas, incluindo as conversas entre Donald Trump e responsáveis da Casa Branca.

Estes conteúdos relançaram o debate sobre a instabilidade da personalidade do dirigente da principal potência mundial, a que o próprio presidente reagiu, afirmando ser “um génio muito estável”.

Inicialmente, o lançamento estava previsto para terça-feira, dia 09, mas a Holt decidiu antecipá-lo, para responder à elevada procura e às ameaças de ações judiciais por parte de Donald Trump, que denunciou o livro como ficção.

Na semana passada, um advogado do Presidente enviou uma carta à Holt pedindo que a publicação fosse retida, mas John Sargent emitiu um memorando a defender a decisão da empresa de publicar a obra.

Na terça-feira, um advogado da Macmillan indicou que a editora não planeava retratar-se ou pedir desculpa.

Entretanto, Donald Trump anunciou a sua intenção de mudar as leis norte-americanas relativas à difamação.

O presidente da Coreia do Norte também já reagiu, considerando que este livro “é um prenúncio da morte política” do Presidente dos Estado Unidos.

[Notícia atualizada às 15h53]