Bertrand Pancher, presidente do grupo LIOT (sigla francesa de Liberdade, Independentes, Ultramar e Territórios), que reúne cerca de vinte deputados centristas e regionalistas, pediu a Élisabeth Borne que “suspenda” a aplicação da reforma para “acalmar a situação”, como disse à imprensa no Palácio Matignon, sede do Governo.

Bertrand Pancher explicou que exigiu à primeira-ministra o lançamento de “uma autêntica negociação” com os sindicatos, além de apelar a “uma grande conferência social” e, caso o executivo não retire a reforma, reiterar “o pedido de referendo”.

Por sua vez, o senador de centro-direita Hervé Marseille (UDI), o primeiro a encontrar-se com a primeira-ministra, disse à imprensa que o primeiro-ministro tem “vontade de diálogo”.

Por isso, Hervé Marselha disse ter recomendado a Élisabeth Borne que “quebre o gelo” com os sindicatos, sobretudo com o reformista CFDT, para negociar a futura lei laboral e outras medidas.

A primeira-ministra de França iniciou hoje encontros com os presidentes de grupos parlamentares da Assembleia para tentar avançar noutros assuntos da agenda parlamentar.

Na quarta-feira recebe os principais sindicatos, que adiantaram que vão comparecer para pedir que a aplicação da reforma da idade de reforma seja congelada enquanto outras alternativas são discutidas.

Na sexta-feira a primeira-ministra recusou essa possibilidade, explicando não ser possível, mas hoje disponibilizou-se a discutir “todos os assuntos” na reunião com os sindicatos, mesmo apesar dos “pontos de divergência”.

“Há muitos assuntos que podemos discutir juntos”, insistiu a primeira-ministra em breves declarações à margem de um ato oficial, citada pela Efe.