Numa reunião para discutir a deterioração da situação em Gaza, nomeadamente a crise de saúde no enclave, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, observou que o Conselho de Segurança da ONU foi criado para garantir a paz e segurança internacionais, mas “há muito tempo que o órgão já não serve o propósito para o qual foi criado”.

O Conselho “representa a ‘realpolitik’ da Segunda Guerra Mundial, não do século XXI. Como ministro dos Negócios Estrangeiros (da Etiópia), fiz parte de um grupo que trabalhava na reforma do Conselho de Segurança. Estou consternado por nenhum progresso ter sido feito”, disse, durante a reunião do próprio Conselho de Segurança das Nações Unidas.

De acordo com Tedros Adhanom, para permanecerem “credíveis, relevantes e uma força para a paz no nosso mundo”, os Estados-Membros que integram o Conselho, especialmente os cinco membros permanentes – Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China, os únicos com poder de veto -, “devem levar a sério a necessidade de reformar” este órgão da ONU, cujas decisões são vinculativas.

O Conselho de Segurança da ONU continua num impasse em relação à situação em Gaza, com os 15 Estados-membros a não reunirem um consenso sobre a necessidade de um cessar-fogo.

Em outubro, o Conselho já votou quatro projetos de resolução sobre a crise, mas nenhum foi adotado até ao momento, com os EUA a estarem entre os países que rejeitaram o termo “cessar-fogo” e a vetarem textos que não condenassem especificamente o Hamas.

Em geral, quase todos os países da ONU consideram necessário reformar o Conselho de Segurança, mas não há acordo sobre como fazê-lo, com diferentes propostas na mesa há anos.???????

A reunião de hoje começou com um minuto de silêncio por todas os civis que perderam a vida nos ataques do Hamas em Israel, e pelos civis palestinianos, funcionário da ONU e jornalistas que morreram em Gaza e na Cisjordânia devido a ataques israelitas.