Num discurso de encerramento da Cimeira da Ambição Climática, Guterres adotou um tom de otimismo, motivado pelas “medidas concretas” que foram apresentadas no evento para “um mundo de ar limpo e energia limpa acessível para todos”.

“Podemos dar passos significativos na direção certa. E vocês deram. Hoje ouvimos falar (…) de passos mensuráveis para acelerar a descarbonização e proteger aqueles que estão na linha da frente da crise climática. E medidas tomadas em conjunto para acelerar a ação e justiça climática através da cooperação e colaboração. Congratulo-me com os esforços conjuntos de que ouvimos falar hoje”, disse.

“Sabemos que a Agenda de Aceleração é prática, possível e alcançável. Vimos evidências disso hoje. E sabemos que é essencial manter vivo o limite de (aumento da temperatura) de 1,5 graus. Mas não tenhamos ilusões. Ainda há um longo caminho a percorrer para que a Cimeira COP28 seja um sucesso”, observou.

O ex-primeiro-ministro português defendeu que todas as cidades, empresas e países — e particularmente o G20 — têm de demonstrar verdadeira ambição e “honrem as suas promessas” climáticas.

Entre as prioridades urgentes para os próximos meses, o líder da ONU indicou que o G20 tem de mostrar que irá acelerar a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, bem como a implantação de energias renováveis: “uma sem a outra é igual ao fracasso”, frisou.

“Precisamos que os países desenvolvidos entreguem urgentemente os prometidos 100 mil milhões de dólares por ano (93,8 mil milhões de euros) e criem um plano claro para duplicar o financiamento para a adaptação” verde, instou.

“Precisamos de todos os envolvidos para tornar isso uma realidade”, disse ainda António Guterres.

O secretário-geral convocou esta cimeira de alto nível durante a 78.ª Assembleia-Geral da ONU para instar os líderes de Governos, empresas, cidades e regiões, sociedade civil e instituições financeiras a tomarem medidas em prol da ação climática.