“O futuro do nosso mundo está nas mãos das crianças. Mas não podemos esquecer que o futuro das crianças está nas nossas mãos. Não há responsabilidade maior do que essa, ou trabalho mais importante”, disse António Guterres.
O secretário-geral da ONU falava numa cerimónia organizada pela Unicef para marcar o Dia Mundial da Criança, celebrado a 20 de novembro para marcar o aniversário da adoção da Convenção dos Direitos da Criança.
“Como secretário-geral, faz parte do meu trabalho encontrar-me com algumas das pessoas mais ponderosas e importantes do mundo. Mas nenhuma dessas pessoas é tão importante, ou inspiradora, como as crianças que conheço”, disse o português, acrescentando que queria falar diretamente para as crianças da sala.
“Queridas pessoas jovens, o futuro do nosso planeta, a paz futura do nosso mundo está nas vossas mãos. Tenho pena de dizer que nós, adultos, apesar de tentarmos, estamos a desiludir-vos. Milhões de meninos e meninas estão em perigo, e estamos a falhar para com eles”, disse António Guterres.
O responsável lembrou as crianças que fogem de conflitos em todo o mundo, que passam fome, que não têm acesso a cuidados médicos, que foram separadas dos pais, que vivem em campos de refugiados, que são vitimas de ‘bullying’, que sofrem discriminação devido à cor da sua pele, religião, ou etnia e até aqueles são explorados por adultos.
“Tudo isto é completamente inaceitável. Como comunidade global, não podemos continuar a falhar com as nossas crianças. Por isso, fica aqui o meu compromisso: não vou poupar esforços para garantir que a ONU trabalha todos os dias, todas as horas, todos os minutos, em defesa dos vossos interesses, e a UNICEF estará na linha da frente desse trabalho”, garantiu.
Lembrando que “todas as crianças têm direito a uma infância segura, saudável e em paz para desenvolver o seu potencial”, Guterres disse ainda que quer ouvir as sugestões das próprias crianças.
“Que tipo de mundo desejam? Quero ouvir as vossas ideias e sonhos para o futuro. Sempre que conheço crianças, sobretudo aquelas que vivem nas situações mais pobres e desesperantes, sofrendo dificuldades terríveis, elas nunca deixam de me inspirar com os seus sorrisos, a sua visão e a sua esperança. Num mundo que parece sem esperança tantas vezes, precisamos da esperança das crianças mais do que nunca”, concluiu o secretário-geral.
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