Portugal participa na Missão Integrada Multidimensional de Estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) com 160 militares, a maioria comandos, desde o início deste ano.

Além de ser uma das mais perigosas, a MINUSCA é a missão da ONU na qual mais capacetes azuis e pessoal das Nações Unidas foram acusados de abusos sexuais.

“Precisamos de garantir que o mundo dá todo o valor às contribuições heroicas dos capacetes azuis na proteção de civis, algumas vezes em circunstâncias extremamente difíceis, como aquelas que enfrentamos aqui na República Centro-Africana”, disse Guterres.

O português falava no decorrer de uma cerimónia na capital do país, Bangui, durante a qual depositou uma coroa de louros. Doze capacetes azuis morreram na República Centro-Africana desde o início do ano, na sequência da escalada de violência.

“Estou muito orgulhoso por ser vosso colega. Estou muito orgulhoso de servir nas mesmas Nações Unidas em que vocês servem. E quero dizer a todos os capacetes azuis aqui connosco que contamos convosco para tornarem a ONU cada vez mais eficiente ao serviço das pessoas”, realçou.

A violência na República Centro-Africana aumentou no final de 2013, e milhares de pessoas morreram ao longo do ano de 2014, até que a ONU montou e enviou uma missão regional de manutenção de paz.

Nos últimos meses, os civis no país africano têm vindo a apelar à ONU para que aumente o número de tropas.

Guterres recomendou que o número de capacetes azuis fosse aumentado para 12 mil (mais 900 militares). Mantém-se a dúvida sobre que países enviariam mais militares.

Os contigentes do Congo e da República Democrática do Congo foram mandados para casa após alegações de abusos sexuais praticados pelos seus militares.