Foi ligeiramente menor a quantidade de pessoas hoje nas ruas da capital francesa que na anterior jornada de contestação contra o aumento da idade de reforma sem penalizações financeiras de 62 para 64 anos, a 28 de março, quando a CGT deu conta de 450.000 manifestantes na cidade e as autoridades, de 93.000.

Hoje, manifestantes interromperam o tráfego no principal aeroporto de Paris e há protestos em curso noutras cidades francesas contra a revisão da lei das aposentações imposta pelo Governo do Presidente francês, Emmanuel Macron.

No aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, cerca de 100 manifestantes bloquearam esta manhã uma estrada que leva ao Terminal 1 e entraram no edifício do terminal, segundo a administração do aeroporto.

A fonte referiu que os voos não foram afetados, mas os passageiros tiveram de abrir caminho, com as respetivas bagagens, por entre os manifestantes com bandeiras.

Um representante da CGT no aeroporto, Loris Foreman, disse ao canal BFM-TV que os manifestantes queriam “mostrar ao mundo e à Europa” que não querem estar a trabalhar aos 64 anos.

Hoje, realiza-se a 11.ª jornada de manifestações e greves em todo o país, convocada pelas centrais e associações sindicais, em protesto contra o aumento da idade da reforma de 62 para 64 anos.

Na quarta-feira, ratos mortos foram lançados contra o edifício da autarquia parisiense; o canal BFM-TV mostrou os cadáveres dos roedores a serem atirados por funcionários públicos do setor de saneamento com fatos de proteção brancos.

A dirigente do ramo de serviços públicos da central sindical CGT, Natacha Pommet, disse hoje que os caçadores de ratos de Paris queriam “mostrar a dura realidade da sua missão”.

Para a sindicalista, os protestos contra a revisão da lei das pensões de Macron está a transformar-se num movimento mais amplo de trabalhadores, que estão a expressar as suas reivindicações sobre salários e outras questões.

“Toda essa raiva reúne todos os tipos de raiva”, disse Natacha Pommet, numa entrevista por telefone à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

As dez anteriores jornadas de greves e protestos em todo o país, realizadas desde 19 de janeiro, não conseguiram fazer Macron mudar o rumo da sua política de reformas e não há sinais de que a jornada de hoje vá fazer o Governo recuar nas medidas já tomadas sobre as pensões.

Na quarta-feira, as negociações entre os líderes sindicais e a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, terminaram rapidamente e sem qualquer progresso, preparando o terreno para os manifestantes voltarem às ruas de França.

ANC (CSR) //APN

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