“Sou uma mulher de palavra. Não vou abandonar esta luta”, disse Haley a apoiantes durante um comício em Charleston, a maior cidade do estado da Carolina do Sul, no sudeste dos Estados Unidos, do qual foi governadora durante seis anos, entre 2011 e 2017.

“O que vi hoje foi a frustração da Carolina do Sul com o rumo do nosso país. Já tinha visto essa mesma frustração a nível nacional”, disse a antiga embaixadora na ONU durante a administração de Trump.

“Não acredito que Donald Trump possa derrotar Joe Biden”, disse Haley, acrescentando mais tarde: “Eu disse no início desta semana que não importa o que aconteça na Carolina do Sul, continuaria na corrida”.

A conservadora de 52 anos prometeu não desistir pelo menos até 05 de março, dia conhecido como “Super-terça-feira”, quando 15 estados serão chamados às urnas, incluindo a Califórnia e o Texas, os maiores do país.

“Não sobreviveremos a mais quatro anos de caos de Trump”, avisou Haley, dando como exemplo a polémica criada pela comparação feita pelo magnata entre os 91 casos judiciais de que é acusado e a discriminação sentida pelos afro-americanos.

“Este é o caos que acompanha Donald Trump e este tipo de comentários ofensivos continuarão todos os dias até às eleições”, disse Haley.

De acordo com a imprensa norte-americana, com mais de 85% dos votos apurados, Trump tinha cerca de 60% dos votos nas primárias do Partido Republicano na Carolina do Sul, contra 40% de Haley.

Com esta vitória, Trump garante os 50 delegados deste estado e fica mais perto de ser declarado o candidato oficial do Partido Republicano para as eleições presidenciais de novembro, após vitórias nos estados de Iowa, New Hampshire e Nevada e nas Ilhas Virgens.

“Todos os dias somos recordados da ameaça que Donald Trump representa para o nosso futuro enquanto os norte-americanos lutam com os danos que ele deixou para trás”, alertou no sábado à noite o Presidente norte-americano, em reação aos resultados.

Joe Biden lembrou que o republicano “se vangloria” de ser responsável pela revogação da lei que há 50 anos garantia o acesso ao aborto como um direito a nível federal.

“Ainda estamos a reconstruir a economia depois de Trump ter perdido milhões de empregos bem remunerados”, disse o democrata, recordando também o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021.

Os EUA “acreditam na defesa da nossa democracia, na luta pelas nossas liberdades pessoais e na construção de uma economia que dê a todos uma oportunidade justa”, disse o chefe de Estado.

Em seguida, apelou à união dos republicanos, democratas e independentes “que partilham o nosso compromisso com os valores fundamentais da nossa nação”.