Um dos momentos mais emocionantes da "Marchas das Mulheres" foi protagonizado por Halsey, em Nova Iorque. Tomando a palavra, a cantora declamou um poema onde esta relata várias situações de assédio e violação em que foi visada ou em que pessoas próximas de si foram atingidas.

O poema chama-se "Uma história como a minha" e relata casos que remontam a 2002, 2009, 2012 e 2017.

De forma crua, Halsey conta a história de Sam, uma amiga que acompanhou a uma consulta de planeamento familiar na sequência de uma violação, violada quando frequentava um programa de apoio escolar, e cujo principal receio naquela fase era estar grávida.

Depois, a cantora fala sobre "a escada ao lado do apartamento 1245" que a irá "perseguir" enquanto estiver viva. Neste caso, o relato é na primeira pessoa, e remonta a 2002, quando Halsey tinha apenas oito anos.

Mais tarde, já com 18 anos, a cantora foi forçada a ter relações sexuais pelo seu namorado, um homem mais velho que a sustentava, motivo pelo qual Halsey diz ter-se sentido obrigada a ceder.

Mais recentemente, e apesar de já se ter afirmado no mundo da música e por isso se considerar "protegida", Halsey volta a ser violada por "uma pessoa da sua confiança" depois de uma festa.

"Estamos em 2018 e percebi que ninguém está a salvo desde que esteja viva", diz a cantora, elogiando depois as "heroínas" do movimento #metoo que a lembram que "isto é só o início e não o final".

Halsey termina apelando a que cada um tome como missão ser a voz daqueles que não podem falar porque "há uma guerra para ver vencida".

A intervenção da cantora de 23 anos gerou várias reações nas redes sociais, onde Halsey fez questão de agradecer o apoio.

Na "Marchas das Mulheres" que tomou sábado passado as ruas das principais cidades dos Estados Unidos dezenas de milhares de pessoas se manifestaram a favor da igualdade de género, no dia do primeiro aniversário da presidência de Donald Trump.

Além de Halsey, as atrizes Viola Davis, Natalie Portman e Eva Longoria foram algumas das mulheres que tomaram o microfone para incentivar ao poder das mulheres e falar dos escândalos de abusos sexuais na indústria cinematográfica revelados nos últimos meses, que desencadearam movimentos feministas e de denúncia social como #MeToo e #Time’sUp.