Num discurso transmitido na televisão, Hassan Nasrallah lembrou que o movimento xiita libanês enviou “comandantes” para o Iraque para combater o EI, em coordenação com as autoridades de Bagdad.

“Se pensarmos que acabou, que já não é necessário que os nossos irmãos permaneçam lá [Iraque], eles vão regressar a outros cenários” de intervenção, referiu o líder do Hezbollah, numa altura em que os ‘jihadistas’ estão a ser expulsos das suas últimas grandes áreas urbanas.

“Consideramos que a missão foi realizada, mas esperamos o anúncio iraquiano da vitória final”, sublinhou Hassan Nasrallah, cujo movimento também está envolvido na luta contra os extremistas do EI na vizinha Síria.

As autoridades de Bagdad anunciaram na sexta-feira a reconquista de Rawa, a última localidade controlada pelo EI no território iraquiano.

O grupo radical sunita tem vindo a perder gradualmente os vastos territórios que conquistou em 2014 na Síria e no Iraque.

Após a perda de Rawa, os ‘jihadistas’ não têm mais que 4% do território do Iraque, segundo referiu um especialista iraquiano, Hicham al-Hachemi, em declarações à agência francesa France Presse (AFP).

Na mesma intervenção, Hassan Nasrallah negou qualquer responsabilidade do movimento xiita libanês no recente disparo de um míssil balístico a partir do Iémen, projétil que seria intercetado e destruído sobre o aeroporto internacional de Riade (Arábia Saudita).

“Nego categoricamente a ligação de qualquer elemento do Hezbollah ao disparo desse míssil”, disse o líder do movimento xiita libanês.

O disparo do míssil, ocorrido no início de novembro, foi reivindicado pelos rebeldes xiitas Huthi, que estão a lutar no Iémen contra uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita.

O chefe do Hezbollah negou também que o movimento esteja a enviar armas para o Iémen, Bahrein ou Kuwait, em resposta às acusações feitas pela Liga Árabe.

“Nunca enviámos armas para o Iémen, Bahrein ou para o Kuwait, nunca enviámos armas para nenhum país árabe”, assegurou Nasrallah.

O movimento xiita libanês foi acusado no domingo, num comunicado divulgado após uma reunião da Liga Árabe, de fornecer “armas sofisticadas” a “grupos terroristas” em países árabes.