Carlos Cortes, presidente da secção regional da zona centro da Ordem dos Médicos, disse à agência Lusa que o Hospital de Viseu já ultrapassou o ponto mais crítico que se registou durante a noite, com a entrada de 48 doentes relacionados com os fogos.

O médico adiantou que, nesta unidade de saúde, foi acionado o plano de contingência e que a mesma contou com a oferta de vários profissionais de saúde que, ao saberem da catástrofe, se ofereceram para trabalhar, apesar de não estarem escalados.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) registou mais de cem episódios relacionados com os incêndios.

Segundo Carlos Cortes, para evitar a deslocação dos feridos, alguns profissionais de áreas como oftalmologia estão a ser deslocados.

O clínico sublinha a prontidão dos profissionais de saúde em geral, e dos médicos em particular, que manifestaram a sua intenção de ajudar e tornaram possível o funcionamento de vários centros de saúde na noite passada para responder às populações atingidas pelos fogos.

“Nestes momentos de dificuldades, os médicos concentram-se na sua responsabilidade”, afirmou, sublinhando positivamente a desconvocação da greve dos médicos prevista para a zona Centro na próxima quarta-feira.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.