Em declarações aos jornalistas, Jorge Marques disse ainda que há, desde o início do ano, quatro casos de morte que “podem estar relacionados” com aquele tipo de bactérias, mas ainda não há confirmação.

“Não se pode dizer que a causa da morte tenha sido a bactéria em si. Pode ter contribuído, isso com certeza que sim, pode haver alguma relação, mas ainda estamos a analisar”, referiu.

Em causa está um grupo de bactérias genericamente designadas por “CRE” e que são resistentes a múltiplos antibióticos.

“Durante o primeiro trimestre deste ano, registámos um aumento de incidência de bactérias resistentes aos antibióticos. Um aumento de incidência de casos é um surto. Mas esta não é propriamente uma situação de alarme geral. Tomando medidas, isto controla-se”, disse ainda Jorge Marques.

Nesse sentido, o Hospital de Braga está a implementar medidas de controlo, que passam por um “rastreio sistemático” a todos os doentes que são internados.

O objetivo é ter uma “noção mais detalhada” da prevalência das bactérias resistentes aos antibióticos para a eventual adoção de “medidas mais agressivas” para impedir o risco da transmissão.

José Artur Paiva, diretor do programa de prevenção de infeções e resistência aos antimicrobianos (PPCIRA) da Direção-Geral de Saúde, afirmou à CNN Portugal que as autoridades de saúde estão a preparar uma norma "que irá determinar que em todos os hospitais, na admissão de doentes com fator de risco para ter estas bactérias, passar a ser obrigatória a realização de um teste".

O teste será feito "através de uma zaragatoa anal que colhe um espécimen e que permite ver se a pessoa é ou não portadora desta bactéria", explicou o responsável.

Com um total de 700 camas, o hospital regista cerca de 140 doentes colonizados, ou seja, positivos. “Estar colonizado não significa estar infetado. Cerca de 90 por cento dos colonizados não vão desenvolver qualquer tipo de infeção”, ressalvou Jorge Marques.

“Este tipo de bactérias está muito associado a instituições hospitalares e residências para idosos, acrescentou o diretor clínico do Hospital de Braga.

Os doentes com maior risco de infeção são os que têm internamentos ou institucionalização prévios e os que são submetidos a cirurgia abdominal.

“Pode provocar pneumonias, infeções urinárias ou infeções generalizadas, a chama sépsis, que é a situação mais complicada”, explicou ainda aquele médico.