“É impossível falar de ‘Metro 3.0’, quando boa parte desta expansão é feita por autocarro”, afirmam os representantes locais da Iniciativa Liberal (IL), em comunicado.

Os liberais consideram que se discute mobilidade, “mas troca-se metro por ‘bus’, discute-se ambiente, mas troca-se os carris e as catenárias, eficientes do ponto de vista energético, ambiental e económico, por equipamentos menos eficientes”.

A expansão da rede do Metro do Porto contempla a ampliação da rede em 37 quilómetros com 38 novas estações.

Em causa estão as linhas ISMAI - Muro - Trofa (metro até Muro e 'metrobus' até Paradela), Gondomar II (Dragão - Souto), ISMAI, Maia II (Roberto Frias - Parque Maia - Aeroporto) e São Mamede (IPO - Estádio do Mar).

Os liberais questionam também a falta de “referência à linha do Campo Alegre [linha que chegou a ser equacionada há mais de uma década] que revolucionaria a atual ligação por transportes públicos à zona ocidental do Porto ou o prolongamento da linha Rosa para norte referente à linha circular”.

Para a IL, o projeto não resolve os problemas de mobilidade da zona ocidental do Porto, nomeadamente do polo universitário e dos estudantes, bem como dos habitantes da Constituição, Prelada, Amial e Antas.

Em relação à linha de São Mamede (IPO – Estádio do Mar), a IL considera que a interligação desta à linha Amarela, através da construção no IPO, “desvaloriza a proximidade da estação do hospital de São João, que é hoje um importante interface com autocarros, acrescentando transbordos desnecessários”.

Para a IL, deveria ser projetado um “interface comum” na zona do hospital de São João, que permitiria aos utentes efetuarem “o mínimo de transbordos possíveis para viajar entre a linha Amarela, as futuras linha de São Mamede e a linha da Maia II e, possivelmente, a linha de Leixões”.

A IL critica também a “insistência na adoção” do ‘metrobus’, repetindo “que é 90% autocarro, 10% metro e 0% solução”.

Os liberais dizem ainda não entender a escolha do Parque Maia como estação do interface a ser construído entre a linha Verde e a linha da Maia II, considerando que “faria mais sentido utilizar a estação da zona industrial para esse efeito”.

“Com essa opção, poder-se-ia evitar a escavação de túneis por debaixo de múltiplas zonas residenciais, diminuindo assim o custo de implementação e impacto da obra respetivo, valorizando aquela que é uma das maiores zonas industriais do país”, consideram, acrescentando que o traçado previsto para a linha Maia II “poderá ter um impacto ambiental negativo”, sobretudo no corredor do rio Leça.

Já quanto à expansão da linha Verde, os liberais dizem que esta “não é uma extensão de metro até à Trofa”, mas “uma ligação realizada em combinação de metro e autocarro com transbordo na estação do Muro”.

“A população da Trofa não recupera a ferrovia do antigo ramal da Linha de Guimarães, perde a ligação direta ao Porto via Metro prometida há 20 anos e fica sujeita a um serviço de metrobus”, acrescentam.

Os liberais criticam ainda a projetada linha do Souto, lembrando que o projeto inicial previa “uma linha totalmente independente (…) o que não se verifica com o atual projeto que corresponde a mais uma linha a ser injetada no já saturado tronco comum da rede do Metro do Porto”.

Os valores do investimento na expansão rondam os 1.000 milhões de euros.

Atualmente estão em construção a extensão da Linha Amarela (D) entre Santo Ovídio e Vila d'Este, a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música, o 'metrobus' entre Casa da Música e Praça do Império (haverá extensão à Anémona), e a consignação da empreitada da Linha Rubi (H), entre Casa da Música e Santo Ovídio, deve ocorrer até final do ano.