A GNR apreende semanalmente mais de mil litros de bebidas (com e sem álcool) cuja origem provém do contrabando. E desde 2017 que a Unidade de Ação Fiscal (UAF) da Guarda se depara com algo emergente: os muitos litros de refrigerante que entram no país e que chegam de Espanha. 

De acordo com o Jornal de Notícias (JN), que avança com a notícia, foram apreendidos só pela UAF 222 mil litros de bebidas, totalizando mais de 1,5 milhões de euros em mercadoria. O jornal frisa que é um novo fenómeno difícil de controlar porque este tipo de bebidas açucaradas passa despercebido nas alfândegas e não há nada que diferencie dos produtos legais, que pagaram os devidos impostos, e os que são de contrabando.

Em maio, a GNR desmantelou uma rede que vendia bebidas no mercado paralelo em Lisboa, Setúbal e Santarém. O JN dá conta que os responsáveis compravam grandes quantidades destas bebidas em Espanha — aproveitando a suspensão de imposto — para depois vende-las em Portugal. Os contrabandistas controlavam igualmente os circuitos de distribuição, de forma a conseguirem escoar as bebidas ilegais.

As bebidas eram colocadas "abaixo do preço de custo" no mercado, o que originava uma "concorrência desleal" no setor. Na altura, em comunicado, a GNR informou ainda que estimou que a rede composta por sete pessoas e três empresas tenha lucrado meio milhão de euros com este esquema e lesado o Estado em cerca de 40 mil euros.

O ano passado, num estudo levado a cabo pela Universidade Católica, numa secção dedicada à perceção de políticas de promoção de hábitos alimentares saudáveis, os resultados demonstram que 41,1% dos participantes afirmaram que reduziram o consumo de bebidas açucaradas depois da entrada em vigor do imposto especial sobre estas bebidas. Cerca de 10% deixaram de as consumir por completo e 36,8% dos participantes admitem ainda que refletem mais antes de as consumir.