“Apercebi-me do início do fogo porque começaram a discutir no andar de baixo - já era a aflição -,quando olho para o fundo da loja estava tudo a arder”, contou à agência Lusa Helena Silva, que se encontrava no primeiro andar do estabelecimento comercial “a experimentar um casaco”.

“Quando reparo que é incêndio, pego na minha mãe e só tive tempo de tirar o meu carro do parque e fugir”, afirmou a cliente da loja chinesa, explicando que quando desceu até ao rés-do-chão “já não havia eletricidade e estava tudo a arder”.

Do exterior da loja, Francisco Santos viu o incêndio a deflagrar no armazém de produtos chineses, precisando que viu “uma nuvem de fumo negro nas traseiras” e, posteriormente, “quatro vezes mais fumo na porta principal”.

Francisco Santos ligou para os bombeiros, que “demoraram no mínimo 15 minutos a chegar”.

“Quando chegaram estava tudo já em lavaredas. Uma senhora foi salva por populares antes dos bombeiros chegarem”, relatou.

Morador num dos prédios adjacentes à loja chinesa, Alexandre Pereira ouviu “um estoiro”, mas não deu qualquer importância.

O residente disse que só se apercebeu do que estava a acontecer quando a namorada chegou a casa e lhe contou o que estava a acontecer.

Inicialmente, acompanhou a situação através da televisão e “já os bombeiros estavam a controlar a situação”, referindo que não teve receio que o fogo se propagasse e atingisse a sua habitação.

Sobre a possível causa do incêndio, Alexandre Pereira, que era também cliente da loja chinesa, revelou que os proprietários “tinham velas acesas para pôr a loja a cheirar bem”, pelo que poderá ter sido essa a razão.

O incêndio que deflagrou hoje ao final da tarde nos Olivais, em Lisboa, destruiu totalmente uma loja de produtos chineses e a fase de rescaldo deve durar "até à manhã de terça-feira”, segundo o comandante dos bombeiros.

O comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa, Pedro Patrício, disse no local à agência Lusa que o armazém “ardeu totalmente”, que no seu interior havia “produtos inflamáveis”, acrescentando que a fase de rescaldo do incêndio, dominado às 19:47, deverá demorar várias horas, possivelmente até à manhã de terça-feira.

“O incêndio foi circunscrito às 18:52 e dominado às 19:47”, afirmou à Lusa o chefe adjunto da sala de operações do RSB de Lisboa, António Vinagre, acrescentando não haver registo de qualquer vítima nem a necessidade de evacuar nenhum edifício nas proximidades do armazém.

Segundo este responsável, o RSB recebeu o alerta às 18:11 e a primeira viatura para combater as chamas chegou ao local às 18:18.

Duas pessoas foram assistidas por profissionais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) devido à inalação de fumo, disse anteriormente a Proteção Civil.

A mesma fonte da Proteção Civil, no local, explicou que estas duas pessoas estavam no interior do armazém e inalaram fumo, mas que se encontram "bem de saúde" e fora de perigo.

No local estiveram operacionais do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa e de várias corporações, entre elas Beato, Penha de França e Cabo Ruivo, bem como profissionais do INEM e da Polícia.

Para o local, o INEM enviou a Viatura Médica de Emergência e Reanimação, do Hospital de São José, um motociclo de emergência e duas ambulâncias.