"O estado de calamidade tem o propósito de enfrentar os incêndios de uma maneira mais ágil", afirmou o presidente, após detalhar que a decisão foi tomada em conselho de ministros.

O governante social-democrata explicou que a medida procura fortalecer "com incrementos materiais as brigadas que combatem os incêndios através da compra de equipamento de proteção pessoal e ferramentas".

Segundo a estatal Coordenadoria para a Redução de Desastres (Conred), desde novembro foram registados 1.384 incêndios, principalmente florestais, em todo o território, que arrasaram 7.344 hectares.

O governante lamentou que 80% dos incêndios sejam provocados por pessoas, como ocorreu no aterro de Villa Nueva, ao sul da capital, onde 33 municípios depositam cerca de 126 mil toneladas de lixo por mês, segundo as autoridades.

"Como Governo, rejeitamos estes atos que colocam em perigo a vida dos guatemaltecos, já que o aumento da poluição e das partículas geradas pela combustão têm efeitos adversos na saúde", comentou o governante.

O incêndio no depósito de lixo começou no fim de semana e levou as autoridades a suspenderem as aulas nas escolas de três departamentos, Escuintla, Sacatepéquez e Guatemala. Além disso, foi emitida a recomendação de evitar a prática de exercício ao ar livre e a permanência em lugares abertos, sendo também pedido que os moradores mantenham portas e janelas fechadas, e utilizem máscara devido à poluição do ar que alcançou níveis prejudiciais para a saúde.

O ministro da Saúde, Oscar Cordón, detalhou que 205 pessoas foram atendidas em hospitais por causa da poluição. "Também é importante frisar os danos que os incêndios causam à biodiversidade do país", lamentou o presidente.

Arévalo explicou que o estado de calamidade também permite ao governo "fazer um apelo para receber a colaboração internacional de aeronaves" para apagar mais rápido os incêndios.

A cada ano as chamas consumem milhares de hectares de florestas na Guatemala. A temporada de maior incidência vai de novembro a junho devido à ausência de chuvas. A maioria dos incêndios é provocada pela atividade humana, como a preparação do solo para o plantio, segundo as autoridades.