“Só em Midões arderam 50 casas, mas poderiam ter ardido 200, se nós [a população] não tivéssemos sido todos bombeiros”, afirma à agência Lusa o empresário Fernando Tavares Pereira, impulsionador do Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), “formalmente constituído na passada quinta-feira”, dia 19.

Embora o objetivo da associação seja “apoiar as vítimas [dos incêndios de dia 15] da freguesia [de Midões], com serviços, ajuda alimentar e bens de primeira necessidade”, ela também se preocupa com as pessoas e famílias mais necessitadas do concelho e da região, sublinha Fernando Tavares Pereira.

Além de casas, total ou parcialmente destruídas, em Midões e Tábua morreram muitos animais, perderam-se colheitas, sobretudo azeitona, e hortas, algumas “mesmo dentro da povoação”, e “não há uma galinha ou um coelho, uma ovelha ou uma cabra, não há ovos nem leite e legumes” e isso vai agravar dificuldades que, “dentro de algum tempo, poderão ser de fome”, admite.

O empresário natural e residente em Midões também sofreu “graves prejuízos materiais e financeiros” em Midões devido às chamas, mas, “felizmente”, tem capacidade de resposta, reconhece, sublinhando que não quer “qualquer ajuda da associação direta ou indiretamente”.

Fernando Tavares Pereira, que distribuiu, em parceria com o empresário António Lé, da Figueira da Foz, cerca de três mil toneladas de fruta e peixe por vítimas dos fogos em Tábua e algumas localidades de concelhos vizinhos, também levou fruta para Beja (“eles lá também estão em dificuldades”, mas por outros motivos) e “trouxe um camião de palha”, doado por alentejanos, para alimentar animais que, na zona de Tábua escaparam às chamas.

Um segundo camião de palha, com o mesmo objetivo, oriundo da região de Évora, dever chegar a Tábua em breve, e um terceiro da Trofa, enumera Fernando Tavares Pereira, referindo que um empresário da Covilhã, em cooperação com a Câmara desta cidade, ofereceu um camião de batata, aguardando idêntica carga em Salvaterra de Magos até que a associação de Midões consiga arranjar meio de transporte.

O MAAVIM vai, entretanto, aplicar o dinheiro que já recebeu de donativos, com as mais diferentes origens, na aquisição de equipamento como ferramentas e alfaias agrícolas para que as vítimas dos incêndios em Midões e na região possam começar a limpar e a tratar dos quintais e campos agrícolas, para que possam reparar ou reconstruir estábulos e armazéns, enfim para ajudar também a dar ânimo para “encarar o futuro” com esperança e “recomeçar a vida com a normalidade possível”, conclui.

Mas, para isso, também são necessárias sementes e animais domésticos, exemplifica.

Inicialmente constituída por 12 cidadãos de Midões, a associação está aberta “a todos quantos queiram” ser solidários, independentemente do local onde nasceram e/ou vivem.

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