“Agradecemos do fundo do coração mas não recolham mais alimentos para entrega enquanto não houver uma nova comunicação da Liga dos Bombeiros Portuguese, caso volte a haver necessidade”, disse Jaime Marta Soares. Segundo o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), os ‘stocks’ estão lotados nos três quartéis de bombeiros de Pedrogão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
“Quando sentirmos que existe necessidade, voltaremos a fazer esse chamamento. Ontem havia a até dei indicação para que fosse doada fruta e barras energéticas. Veio uma quantidade imensa e o ‘stock’ está lotado, ultrapassando os limites”, frisou.
O presidente da LBP explicou que se estas dádivas não forem devidamente ordenadas e controladas deixam de resultar, tornando-se complicadas de gerir. O apelo da Liga dos Bombeiros Portugueses surge um dia depois de a ministra da Administração Interna ter feito declarações no mesmo sentido.
“Estamos a assistir a uma enorme vaga de solidariedade e é de louvar. No entanto, eu queria fazer um apelo: O facto de as pessoas estarem a dar muitos mantimentos está neste momento a causar-nos algumas dificuldades de logística porque ficámos com excesso de alimentação”, disse aos jornalistas Constança Urbano de Sousa. “As necessidades neste momento estão cobertas e seria necessário que se suspendesse esta vaga”, disse a ministra, que reconheceu que esta situação em Pedrógão Grande “é muito difícil” e apelou “ao sentimento de solidariedade das pessoas”, que “agradeceu profundamente”.
Apesar de suspensa a entrega de mantimentos nos bombeiros, seguem abertas as contas solidárias.
A Casa de Portugal em Macau (CPM) abriu uma conta solidária para recolher donativos destinados a ajudar as vítimas do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande. O destino em concreto dos donativos depositados na conta aberta no Banco Nacional Ultramarino (BNU) – com o número 9014444997 – vai ser definido “a seu tempo”, até porque “as coisas ainda estão a acontecer”, disse Amélia António, presidente da CPM, referindo-se nomeadamente ao facto de os incêndios ainda estarem a ser combatidos. “Achamos que era importante porque, apesar da distância, somos parte do país que está a atravessar esta tragédia”, afirmou a presidente da CPM, Amélia António, à agência Lusa, indicando que a iniciativa figura como o “possível” que se pode fazer a milhares de quilómetros de Portugal, e mostra que “os portugueses em Macau também estão em cima do assunto”.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) anunciou a abertura de uma conta solidária para auxiliar as vítimas do incêndio que afeta Pedrógão Grande e outros dois concelhos do distrito de Leiria e a doação de 50 mil euros. A conta designa-se “Unidos por Pedrógão”, informou fonte oficial, e os donativos podem ser feitos usando o IBAN PT50 0035 0001 00100000 330 42. O banco público anunciou ainda que vai criar “condições diferenciadas para os seus clientes atingidos pela calamidade”.
A Câmara de Mértola anunciou que vai doar sete mil euros, o equivalente a um euro por cada habitante do concelho, para apoiar as vítimas do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande. Fonte do município disse à agência Lusa que o apoio, um "gesto solidário" em "representação de todos os habitantes" do concelho, vai ser depositado na conta solidária aberta pela Caixa Geral de Depósitos.
Também o Millennium BPC abriu uma conta solidária para angariar fundos de apoio para as vítimas dos incêndios. Como informa o site da entidade, a conta designa-se “Conta Solidária Incêndio Pedrógão Grande” e os donativos podem ser feitos usando o IBAN PT50 0033 0000 45507587831 05.
A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) anunciou a criação de uma conta solidária, em parceria com a União das Misericórdias Portuguesas. De acordo com a CEMG, as duas linhas de apoio financeiro, uma para particulares e outra para empresas, através da conta solidária (IBAN: PT50 0036 0000 99105922157 78), visam “acelerar a reconstrução e retoma rápida da atividade económica” na região Centro do país.
Estão também abertas linhas solidárias, abertas pela RTP e SIC. Ao ligar, a chamada reverterá num valor monetário de apoio às vítimas dos incêndios.
Gulbenkian e Caritas abrem fundos de apoio. Santuário de Fátima mostra-se disponível para ajudar
A Fundação Calouste Gulbenkian decidiu constituir um fundo especial de 500 mil euros, para apoio às organizações da sociedade civil da região de Pedrógão Grande, afetada pelos incêndios deste fim de semana. Em comunicado, a Fundação informou que os 500 mil euros são a dotação inicial do fundo, e servem para “ajudar a minimizar as consequências” dos incêndios e da tragédia que afetou os municípios de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, onde morreram pelo menos 61 pessoas.
A Caritas portuguesa anunciou que tem já disponível uma verba de 200 mil euros para apoiar as vítimas dos incêndios que lavram na zona de Pedrógão Grande, desde sábado. "Quem necessitar pode dispor desses 200 mil euros", que pertencem à Cáritas Nacional. "Mas sabemos que em todas as dioceses, por iniciativa própria, se disponibilizam verbas que estejam na posse destas instituições" e que "podem ser postas à disposição".
A Cáritas de Leiria-Fátima, em particular, já entregou 1.500 peças de roupa e calçado e 20 colchões tripartidos. Além dos bens materiais, a instituição disponibilizou dez mil euros para “apoio imediato às primeiras necessidades que afetam as populações” atingidas pelo incêndio. Neste momento, a Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima, em articulação com a Cáritas de Coimbra, está a recolher “fraldas de bebé e de adulto, papas e leite em lata, além dos atoalhados e roupa de bebé e de criança”.
Também o santuário de Fátima anunciou que vai disponibilizar ajuda monetária às populações afetadas pelo incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria. “Acompanhamos as vítimas, os desalojados, os feridos e os que perderam algum ente querido com a nossa oração, mas também materialmente iremos disponibilizar ajuda monetária”, afirmou o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, citado numa nota da sala de imprensa do templo. Segundo Carlos Cabecinhas, “tão rapidamente quanto possível, concretizar-se-á esta ajuda para poder fazer face às necessidades daqueles que foram tão duramente atingidos por esta tragédia”. “Não podemos, de modo algum, ficar indiferentes diante destes acontecimentos”, adiantou o reitor, pedindo que “em todas as celebrações oficiais do santuário se reze pelas vítimas mortais e seus familiares, bem como pelos feridos”.
Gasolina, comida e medicamentos
A cadeia de super e hipermercados Continente, através da rede social Facebook, informa que "as corporações de bombeiros podem contactar as lojas" e que "os bens necessários serão imediatamente disponibilizados".
A Fundação Sporting recolheu no domingo cerca de meia tonelada de fruta, 600 litros de água, 50 de leite e 2.500 barras energéticas, para entregar aos bombeiros e às vítimas dos incêndios no distrito de Leiria. A diretora da fundação, Celine Cepa, referiu ainda que foram também recolhidos produtos de saúde, nomeadamente soro fisiológico e pomadas para queimaduras.
A gasolineira PRIO anunciou a doação de “quatro mil litros de combustível” aos bombeiros que estão a combater o incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande e que alastrou aos concelhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera. De acordo com a gasolineira, a ajuda solidária está a ser feita desde domingo, a partir dos postos de abastecimento da PRIO de Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, e de Oleiros, no distrito de Castelo Branco, que “por estarem muito próximos das frentes de incêndio ativas têm permitido abastecer com eficácia as diversas equipas de mais de 2.000 bombeiros que estão na região a combater este flagelo”. “Sentimos desde o primeiro momento que não podíamos ficar indiferentes num momento em que o Centro do país, região que viu a PRIO nascer, passa por momentos tão dramáticos”, afirmou o membro da comissão executiva da PRIO Energy Ricardo Coimbra.
Outras informações relevantes
A conta do Gabinete da Ministra da Administração Interna no Twitter informa disponibilizou uma linha de Informação Pública. Basta ligar para o número 800 246 246.
Conheça também os locais onde está a ser prestado apoio à população:
O fogo, que provocou 62 mortos e 62 feridos, segundo o último balanço, e dezenas de deslocados, deflagrou às 13:43 de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.
(Notícia atualizada às 15h35 de 19 de junho)
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